Portuguesando https://portuguesando.com.br Língua Portuguesa Thu, 22 May 2025 16:47:35 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.8.1 Gramática Descomplicada https://portuguesando.com.br/gramatica-descomplicada/ https://portuguesando.com.br/gramatica-descomplicada/#respond Thu, 22 May 2025 16:47:32 +0000 https://portuguesando.com.br/?p=810 Pronomes que confundem: onde usar ‘mim’ ou ‘eu’?

Por que ‘há’ e ‘a’ confundem tanto? Veja quando usar cada um!

A Língua Portuguesa está cheia de pequenos detalhes que causam grandes dúvidas. Dois dos casos mais comuns são o uso dos pronomes “mim” e “eu” e a confusão entre “há” e “a” na indicação de tempo. Mas com uma explicação clara, tudo fica mais fácil!


🤔 Mim ou Eu?

Esses dois pronomes aparecem o tempo todo — mas nem sempre da forma correta. A regra é simples:

✅ Use “eu” quando o pronome for sujeito da ação (quem faz algo):

Eu vou à escola.
Eu terminei o trabalho ontem.

❌ Nunca diga: “Mim vai à escola.” (porque “mim” não faz nada)


✅ Use “mim” quando o pronome for objeto da ação (quem recebe algo):

Ele trouxe um presente para mim.
Eles falaram de mim na reunião.

❌ Nunca diga: “Entre eu e você.”

➡ O certo é: “Entre mim e você.”
(Mesmo sendo estranho aos ouvidos, está correto, pois depois da preposição “entre”, usamos o pronome oblíquo: mim.)


⏳ Há ou A?

Ambos indicam tempo, mas com sentidos diferentes.

✅ Use “há” (do verbo haver) quando puder substituir por “faz”:

dois anos, terminei a faculdade.
(Faz dois anos…)

muito tempo não te vejo.
(Faz muito tempo…)


✅ Use “a” (preposição) quando se referir a tempo futuro ou distância:

Daqui a duas semanas viajarei.
Estamos a cinco quilômetros do centro.

❌ Nunca diga: “Daqui há duas horas”.

➡ O certo é: “Daqui a duas horas”.


📝 Atividades de Fixação

✅ 1. Complete com “mim” ou “eu”:

a) Entre ___ e você, há muita diferença.
b) Quem vai apresentar o trabalho sou ___.
c) Trouxeram um presente para ___.
d) ___ não concordo com essa decisão.
e) Ela falou mal de ___ pelas costas.


✅ 2. Complete com “há” ou “a”:

a) Estamos esperando você ___ mais de uma hora.
b) Chegaremos daqui ___ 15 minutos.
c) Moro aqui ___ cinco anos.
d) A prova acontecerá daqui ___ três dias.
e) ___ quanto tempo você não vê seu tio?


✅ 3. Assinale a alternativa correta:

( ) Entre eu e você, não há segredos.
( ) Há muitos dias que não chove.
( ) Vou te visitar à dois meses.
( ) Ele pediu para eu entregar a carta.
( ) Mim gosta muito de sorvete.


✅ 4. Transforme as frases com erro, corrigindo-as:

a) Mim vai ao mercado.
b) Entre eu e você, tudo acabou.
c) Daqui há pouco, tudo estará pronto.
d) Há três dias atrás encontrei minha amiga.
e) Trouxeram presentes para eu.


✅ 5. Substitua o tempo verbal, ajustando “há” ou “a”:

a) Faz dois anos que terminei o curso.
b) Estarei de volta em três horas.
c) Faz muito frio por aqui ultimamente.
d) Chego aí em dez minutos.
e) Faz um bom tempo que não assisto TV.


✔ Gabarito Comentado

1.

a) mim (depois de preposição)
b) eu (sujeito da ação)
c) mim (objeto)
d) eu (sujeito)
e) mim (depois da preposição “de”)


2.

a) (substitui “faz”)
b) a (tempo futuro)
c) (tempo passado)
d) a (tempo futuro)
e) (tempo decorrido)


3.

Corretas:

  • (✔) Há muitos dias que não chove.
  • (✔) Ele pediu para eu entregar a carta.

Erradas:

  • “Entre eu e você” → Entre mim e você
  • “à dois meses” → há dois meses
  • “Mim gosta” → o certo é Eu gosto

4.

a) Eu vou ao mercado.
b) Entre mim e você, tudo acabou.
c) Daqui a pouco, tudo estará pronto.
d) Há três dias encontrei minha amiga.
e) Trouxeram presentes para mim.


5.

a) Há dois anos que terminei o curso.
b) Estarei de volta daqui a três horas.
c) Há muito frio por aqui ultimamente.
d) Chego aí daqui a dez minutos.
e) Há um bom tempo que não assisto TV.

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Palavras que Não Queremos Mais Usar: Quando a Língua Aprende com a Sociedade https://portuguesando.com.br/palavras-que-nao-queremos-mais-usar-quando-a-lingua-aprende-com-a-sociedade/ https://portuguesando.com.br/palavras-que-nao-queremos-mais-usar-quando-a-lingua-aprende-com-a-sociedade/#respond Wed, 21 May 2025 10:30:00 +0000 https://portuguesando.com.br/?p=805 Termos que caíram em desuso por respeito, empatia ou evolução social

A língua portuguesa, assim como qualquer idioma vivo, está em constante transformação. Essa evolução não ocorre apenas por questões estéticas ou práticas, mas também reflete mudanças profundas na sociedade, em seus valores e em sua compreensão sobre respeito e dignidade humana. Nesse processo evolutivo, algumas palavras e expressões que antes eram comumente utilizadas passaram a ser reconhecidas como preconceituosas, discriminatórias ou ofensivas, caindo gradualmente em desuso.

Este artigo aborda, de forma ética e educativa, termos que foram ou estão sendo abandonados no português brasileiro por carregarem preconceitos, estereótipos negativos ou por perpetuarem visões discriminatórias. Compreender esse processo não é apenas uma questão linguística, mas um exercício de empatia e cidadania que reflete o amadurecimento coletivo da nossa sociedade.

A língua como reflexo da sociedade

A linguagem que utilizamos não é neutra. Ela carrega valores, crenças e visões de mundo que podem tanto promover o respeito e a inclusão quanto perpetuar preconceitos e discriminações. Como explica o doutor em letras e pesquisador Gabriel Nascimento, no livro “Racismo Linguístico”, “o racismo está em todas as estruturas da nossa sociedade”, incluindo a língua que falamos e escrevemos diariamente.

Jorcemara Cardoso, doutora em linguística e coordenadora da comissão de diversidade, inclusão e igualdade da Associação Brasileira de Linguística (CDII-Abralin), complementa essa visão ao afirmar que “uma forma mais pulverizada do racismo linguístico é o imaginário que se construiu historicamente sobre o ‘erro de português’. Este é uma forma de reforçar na língua apenas o que espelha a branquitude”.

Quando tomamos consciência de que certas palavras ou expressões carregam preconceitos, temos a oportunidade de transformar nossa linguagem, tornando-a mais inclusiva e respeitosa. Essa mudança não é apenas uma questão de “politicamente correto”, mas um reconhecimento de que a língua pode ser um instrumento de dominação ou de libertação, dependendo de como a utilizamos.

Termos preconceituosos e suas origens

Muitas expressões preconceituosas têm raízes históricas profundas, frequentemente ligadas a períodos de opressão, como a escravidão no Brasil. Conhecer essas origens nos ajuda a compreender por que determinados termos devem ser abandonados e substituídos por alternativas mais respeitosas.

Vamos analisar alguns exemplos de termos e expressões que estão caindo em desuso por carregarem preconceitos:

1. “A coisa tá preta”

Esta expressão associa a cor preta a algo ruim, perigoso ou desfavorável. Ao utilizar “preta” como sinônimo de problema ou dificuldade, reforça-se inconscientemente um preconceito racial que associa a negritude a aspectos negativos.

Alternativas: “A situação é difícil”, “O caso é complexo” ou “A coisa está complicada”.

2. Termos depreciativos para cabelos afro

Expressões como “cabelo ruim”, “cabelo bombril” ou “cabelo duro” menosprezam características físicas das pessoas negras, associando-as a coisas ruins ou de qualidade inferior. Os tipos de cabelos existentes na sociedade são diversos e não existem melhores ou piores.

Alternativas: “Cabelos crespos” ou “cabelos cacheados”, conforme suas características específicas.

3. “Crioulo” ou “crioula”

De origem colonial, este termo refere-se pejorativamente à pessoa negra que era escravizada. Apesar de em alguns contextos específicos ter sido ressignificado por movimentos negros, seu uso por pessoas não-negras é considerado ofensivo e deve ser evitado.

Recomendação: Este termo deve ser excluído do vocabulário cotidiano.

4. “Da cor do pecado”

Ainda que muitas vezes empregada como suposto elogio, esta expressão reforça a objetificação e a sexualização do corpo negro, além de associar a negritude ao pecado, algo moralmente condenável na tradição judaico-cristã.

Recomendação: Deve ser excluída do vocabulário.

5. “Denegrir”

Seu uso está associado à ideia de macular, manchar ou sujar, remetendo à ideia de que tornar algo negro é negativo. Assim, reforça a ligação da pessoa negra a coisas ruins.

Alternativas: “Difamar” ou “caluniar”.

6. “Dia de branco”

De origem escravocrata, esta expressão tem dois usos: “hoje é dia de trabalho” ou “hoje é dia de descanso”. No primeiro caso, associa a pessoa escravizada à preguiça e o branco ao trabalho – o que é uma incongruência, uma vez que a escravidão era o pilar econômico do país. No segundo, faz alusão ao descanso porque o branco, por não trabalhar, poderia ter um dia de luxos enquanto seus escravos sofriam.

Alternativas: “Dia de trabalho” ou “dia de descanso”, conforme o contexto.

7. “Disputar a negra”

Refere-se a um jogo de desempate para determinar quem ganhará. Possui caráter racista e misógino e remete ao período da escravidão, quando homens brancos que possuíam mulheres escravizadas as apostavam como prêmio.

Alternativa: “Partida de desempate”.

8. “Esclarecer”

Significa tornar algo claro, trazer luz sobre determinado assunto. “Transmite a ideia de que a compreensão de algo só pode ocorrer sob as bênçãos da claridade, da branquitude, mantendo no campo da dúvida e do desconhecimento as coisas negras”, explica a cartilha do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Alternativas: “Elucidar” ou “explicar”.

9. “Mulata” ou “mulato”

Termo derivado de “mula” (animal híbrido e estéril), era usado para se referir a pessoas nascidas de relações entre pessoas brancas e negras. Além da origem pejorativa, o termo, especialmente no feminino, está associado à hipersexualização da mulher negra.

Alternativas: Pessoa negra ou parda, conforme a autodeclaração do indivíduo.

10. “Lista negra”

Associa a cor negra a algo negativo, indesejável ou proibido. Reforça estereótipos negativos relacionados à negritude.

Alternativas: “Lista de restrições” ou “lista de exclusões”.

A evolução da linguagem em relação a outros grupos

O abandono de termos preconceituosos não se limita apenas a questões raciais. A sociedade tem avançado também no reconhecimento e respeito a outros grupos historicamente marginalizados:

Pessoas com deficiência

Termos como “retardado”, “mongoloide”, “aleijado” ou “defeituoso” foram substituídos por expressões que reconhecem a dignidade e humanidade dessas pessoas. A própria expressão “portador de deficiência” caiu em desuso, sendo substituída por “pessoa com deficiência”, colocando a pessoa antes da condição.

Comunidade LGBTQIA+

Palavras pejorativas usadas para se referir a pessoas homossexuais, bissexuais, transexuais e outras identidades de gênero e orientações sexuais têm sido abandonadas em favor de termos respeitosos que reconhecem a diversidade humana.

Povos indígenas

Expressões como “programa de índio” (para algo desorganizado ou sem graça) ou “índio” (para alguém considerado ignorante) reforçam estereótipos negativos sobre os povos originários e têm sido cada vez mais criticadas e abandonadas.

Por que abandonar esses termos?

Algumas pessoas questionam a necessidade de abandonar certas palavras ou expressões, argumentando que “sempre foi assim” ou que “não há intenção de ofender”. No entanto, é importante compreender que:

  1. A intenção não elimina o impacto: Mesmo sem intenção de ofender, o uso de termos preconceituosos pode causar dor e reforçar estigmas.
  2. A língua evolui: Assim como não falamos mais como no século XIX, é natural que expressões preconceituosas sejam substituídas por alternativas mais respeitosas.
  3. Respeito e empatia: Abandonar termos ofensivos é um exercício de empatia e respeito com grupos historicamente marginalizados.
  4. Responsabilidade social: Ao modificar nossa linguagem, contribuímos para uma sociedade mais justa e igualitária.

Como ressalta a doutora em linguística Jorcemara Cardoso, “não basta apenas deixar de falar certas palavras ou substituí-las por outras, é preciso compreender porque devemos parar de utilizar a língua como instrumento de dominação”.

A resistência à mudança

É comum encontrar resistência quando se propõe o abandono de termos arraigados no vocabulário cotidiano. Essa resistência pode vir de diferentes lugares:

  1. Desconhecimento: Muitas pessoas simplesmente desconhecem a origem preconceituosa de certas expressões.
  2. Apego à tradição: A ideia de que “sempre foi assim” pode dificultar a aceitação de mudanças.
  3. Negação do preconceito: Algumas pessoas negam que determinadas expressões sejam realmente preconceituosas.
  4. Confusão com “censura”: Há quem interprete a proposta de abandono de termos preconceituosos como uma forma de censura ou limitação da liberdade de expressão.

No entanto, como explica Gabriel Nascimento, “não é a palavra que é racista, eu preciso pensar o contexto em que ela é colocada e, historicamente, como ela foi construída”. Compreender esse contexto histórico e social é fundamental para entender por que certas expressões devem ser evitadas.

Como promover uma linguagem mais inclusiva

Promover uma linguagem mais inclusiva e respeitosa é um processo contínuo que envolve:

  1. Educação e conscientização: Informar-se sobre a origem e o impacto de termos preconceituosos.
  2. Escuta ativa: Ouvir as pessoas dos grupos afetados quando elas apontam que determinados termos são ofensivos.
  3. Abertura para mudar: Estar disposto a modificar hábitos linguísticos arraigados.
  4. Compartilhamento de conhecimento: Compartilhar de forma respeitosa informações sobre termos preconceituosos com outras pessoas.
  5. Paciência e compreensão: Entender que a mudança é um processo e que todos podemos cometer erros durante o aprendizado.

Conclusão

A evolução da linguagem para formas mais inclusivas e respeitosas reflete o amadurecimento da sociedade e sua capacidade de reconhecer e corrigir injustiças históricas. Abandonar termos preconceituosos não é apenas uma questão de “politicamente correto”, mas um exercício de cidadania e respeito à dignidade humana.

Como afirma Cardoso, “a língua pode ser usada como instrumento de dominação”, mas também pode ser um poderoso instrumento de transformação social. Ao escolhermos conscientemente as palavras que utilizamos, contribuímos para a construção de uma sociedade mais justa, igualitária e respeitosa com todas as pessoas, independentemente de sua raça, gênero, orientação sexual, deficiência ou qualquer outra característica.

A língua, assim como a sociedade, aprende e evolui. E nesse processo de aprendizado coletivo, algumas palavras ficam para trás, não por censura ou imposição, mas por uma escolha consciente baseada em respeito, empatia e reconhecimento da dignidade inerente a todos os seres humanos.

Atividade: Refletindo sobre a Evolução da Linguagem

Após a leitura do artigo “Palavras que Não Queremos Mais Usar: Quando a Língua Aprende com a Sociedade”, vamos exercitar nosso conhecimento e reflexão sobre o tema. Esta atividade tem como objetivo promover a consciência linguística e o uso de uma comunicação mais inclusiva e respeitosa.

Parte 1: Identificação e Substituição

Nas frases abaixo, identifique os termos ou expressões preconceituosas e sugira alternativas mais respeitosas:

  1. “A reunião de ontem foi um programa de índio, totalmente desorganizada.”
  2. “Precisamos esclarecer essa situação antes que os rumores se espalhem.”
  3. “João trabalhou tanto que parecia um dia de branco para ele.”
  4. “Maria entrou na lista negra da empresa depois daquele incidente.”
  5. “O chefe denegriu a imagem do funcionário na frente de todos.”
  6. “A coisa tá preta para o time depois de três derrotas consecutivas.”
  7. “Vamos disputar a negra para decidir quem é o campeão do torneio.”
  8. “Aquela mulata é a dançarina principal do espetáculo.”
  9. “Ele tem um cabelo ruim que precisa de muito tratamento.”
  10. “Mesmo sendo cego, ele consegue se virar muito bem sozinho.”

Parte 2: Análise e Reflexão

Responda às seguintes questões com base no artigo e em suas reflexões:

  1. Por que é importante abandonar termos preconceituosos, mesmo quando “não há intenção de ofender”?
  2. Explique como a evolução da linguagem reflete mudanças na sociedade. Cite um exemplo específico mencionado no artigo.
  3. Quais são os principais argumentos utilizados por pessoas que resistem a abandonar termos preconceituosos? Como você responderia a esses argumentos?
  4. De que forma o contexto histórico influencia na percepção de certas palavras como preconceituosas?
  5. Além dos exemplos citados no artigo, você conhece outros termos ou expressões que têm caído em desuso por serem considerados preconceituosos? Explique.

Parte 3: Situações Práticas

Analise as situações abaixo e sugira como você agiria:

  1. Durante uma reunião de trabalho, um colega usa repetidamente a expressão “a coisa tá preta” para se referir a problemas. Como você poderia abordar essa questão de forma educativa e respeitosa?
  2. Você está revisando um texto que contém várias expressões consideradas preconceituosas. Quais passos você seguiria para tornar o texto mais inclusivo e respeitoso?
  3. Em uma conversa familiar, seu avô de 80 anos utiliza termos que hoje são considerados preconceituosos, mas que eram comuns em sua época. Como você lidaria com essa situação?

Parte 4: Criação e Conscientização

  1. Crie um pequeno texto (máximo 5 linhas) sobre a importância da linguagem inclusiva no ambiente escolar ou de trabalho.
  2. Imagine que você precisa explicar para uma criança de 10 anos por que não devemos usar certas palavras ou expressões. Como você faria isso de forma simples e educativa?
  3. Sugira uma campanha ou atividade que poderia ser implementada em escolas para promover o uso de linguagem inclusiva e respeitosa.

Lembre-se: O objetivo desta atividade não é julgar ou condenar, mas promover reflexão e conscientização sobre o impacto das palavras que usamos. A evolução da linguagem é um processo contínuo que reflete nosso crescimento como sociedade.

Gabarito

Parte 1: Identificação e Substituição

  1. “A reunião de ontem foi um programa de índio, totalmente desorganizada.”
    • Termo preconceituoso: “programa de índio”
    • Alternativa: “A reunião de ontem foi totalmente desorganizada.”
  2. “Precisamos esclarecer essa situação antes que os rumores se espalhem.”
    • Termo preconceituoso: “esclarecer”
    • Alternativa: “Precisamos elucidar/explicar essa situação antes que os rumores se espalhem.”
  3. “João trabalhou tanto que parecia um dia de branco para ele.”
    • Termo preconceituoso: “dia de branco”
    • Alternativa: “João trabalhou muito hoje” ou “João teve um dia de trabalho intenso.”
  4. “Maria entrou na lista negra da empresa depois daquele incidente.”
    • Termo preconceituoso: “lista negra”
    • Alternativa: “Maria entrou na lista de restrições/exclusões da empresa depois daquele incidente.”
  5. “O chefe denegriu a imagem do funcionário na frente de todos.”
    • Termo preconceituoso: “denegriu”
    • Alternativa: “O chefe difamou/caluniou a imagem do funcionário na frente de todos.”
  6. “A coisa tá preta para o time depois de três derrotas consecutivas.”
    • Termo preconceituoso: “a coisa tá preta”
    • Alternativa: “A situação está difícil/complicada para o time depois de três derrotas consecutivas.”
  7. “Vamos disputar a negra para decidir quem é o campeão do torneio.”
    • Termo preconceituoso: “disputar a negra”
    • Alternativa: “Vamos disputar a partida de desempate para decidir quem é o campeão do torneio.”
  8. “Aquela mulata é a dançarina principal do espetáculo.”
    • Termo preconceituoso: “mulata”
    • Alternativa: “Aquela dançarina negra/parda é a principal do espetáculo.” (conforme autodeclaração)
  9. “Ele tem um cabelo ruim que precisa de muito tratamento.”
    • Termo preconceituoso: “cabelo ruim”
    • Alternativa: “Ele tem cabelo crespo/cacheado que precisa de tratamento específico.”
  10. “Mesmo sendo cego, ele consegue se virar muito bem sozinho.”
    • Abordagem inadequada: Foco na deficiência como limitação surpreendente
    • Alternativa: “Ele é uma pessoa com deficiência visual e é muito independente.”

Parte 2: Análise e Reflexão

  1. Por que é importante abandonar termos preconceituosos, mesmo quando “não há intenção de ofender”?

Resposta sugerida: É importante abandonar termos preconceituosos, mesmo sem intenção de ofender, porque o impacto das palavras vai além da intenção de quem as utiliza. Termos preconceituosos carregam uma carga histórica de opressão e discriminação que afeta negativamente grupos marginalizados, reforçando estereótipos e perpetuando desigualdades. Como mencionado no artigo, “a intenção não elimina o impacto” – mesmo sem querer ofender, o uso de termos preconceituosos pode causar dor e reforçar estigmas. Além disso, ao modificarmos nossa linguagem, contribuímos ativamente para uma sociedade mais justa e igualitária, demonstrando respeito e empatia com todos os grupos sociais.

  1. Explique como a evolução da linguagem reflete mudanças na sociedade. Cite um exemplo específico mencionado no artigo.

Resposta sugerida: A evolução da linguagem reflete mudanças nos valores, na consciência social e no reconhecimento de direitos e dignidade de grupos historicamente marginalizados. À medida que a sociedade avança em termos de inclusão, igualdade e respeito à diversidade, a linguagem se adapta para refletir esses novos valores. Um exemplo específico mencionado no artigo é a mudança na forma de se referir às pessoas com deficiência. Termos como “retardado”, “mongoloide”, “aleijado” ou “defeituoso” foram substituídos por expressões que reconhecem a dignidade e humanidade dessas pessoas. Até mesmo a expressão “portador de deficiência” caiu em desuso, sendo substituída por “pessoa com deficiência”, colocando a pessoa antes da condição, o que demonstra uma evolução na percepção social sobre deficiência, priorizando a humanidade sobre a condição.

  1. Quais são os principais argumentos utilizados por pessoas que resistem a abandonar termos preconceituosos? Como você responderia a esses argumentos?

Resposta sugerida: Os principais argumentos utilizados por pessoas que resistem a abandonar termos preconceituosos incluem: desconhecimento da origem preconceituosa das expressões; apego à tradição e à ideia de que “sempre foi assim”; negação de que os termos sejam realmente preconceituosos; e confusão com censura ou limitação da liberdade de expressão.

Para responder a esses argumentos, poderia explicar que:

  • O desconhecimento não justifica a perpetuação do preconceito, e agora que temos informação, podemos fazer escolhas mais conscientes.
  • Tradições nem sempre são positivas e a sociedade evolui constantemente; assim como não falamos mais como no século XIX, é natural que expressões preconceituosas sejam substituídas.
  • A percepção de preconceito deve ser considerada principalmente a partir da perspectiva dos grupos afetados, não de quem usa os termos.
  • Não se trata de censura, mas de uma escolha consciente baseada em respeito e empatia; a liberdade de expressão vem acompanhada de responsabilidade social.
  1. De que forma o contexto histórico influencia na percepção de certas palavras como preconceituosas?

Resposta sugerida: O contexto histórico é fundamental para compreender por que certas palavras são consideradas preconceituosas. Muitas expressões têm suas raízes em períodos de opressão, como a escravidão, o colonialismo ou regimes discriminatórios. Esse passado histórico carrega uma carga de violência, desumanização e discriminação que permanece associada às palavras, mesmo quando usadas em contextos contemporâneos.

Como exemplificado no artigo, expressões como “dia de branco” ou “disputar a negra” têm origem no período escravocrata brasileiro e refletem relações de poder e opressão daquela época. Compreender esse contexto histórico nos ajuda a entender por que essas expressões são ofensivas e devem ser abandonadas.

Além disso, como mencionou Gabriel Nascimento, “não é a palavra que é racista, eu preciso pensar o contexto em que ela é colocada e, historicamente, como ela foi construída”. Essa construção histórica determina o peso e o significado social que as palavras carregam hoje.

  1. Além dos exemplos citados no artigo, você conhece outros termos ou expressões que têm caído em desuso por serem considerados preconceituosos? Explique.

Resposta sugerida: (Esta é uma questão aberta que depende da experiência e conhecimento individual do aluno. Abaixo estão alguns exemplos possíveis que poderiam ser mencionados)

Alguns exemplos adicionais incluem:

  • “Judiação” (para se referir a maus-tratos): Termo com origem antissemita que associa o povo judeu a atos de crueldade.
  • “Tem um pé na cozinha” (para se referir a pessoas com ancestralidade negra): Expressão que remete ao período escravocrata, quando pessoas negras trabalhavam principalmente em serviços domésticos.
  • “Serviço de preto” (para trabalho mal feito): Expressão racista que associa pessoas negras a trabalhos de baixa qualidade.
  • “Dar uma de João sem braço” (fingir não saber de algo): Expressão capacitista que usa a deficiência física como metáfora negativa.
  • “Traveco” (para se referir a pessoas transgênero): Termo pejorativo substituído por “pessoa transgênero” ou “mulher/homem trans”.

Parte 3: Situações Práticas

  1. Durante uma reunião de trabalho, um colega usa repetidamente a expressão “a coisa tá preta” para se referir a problemas. Como você poderia abordar essa questão de forma educativa e respeitosa?

Resposta sugerida: Uma abordagem educativa e respeitosa seria:

  • Esperar um momento oportuno para conversar em particular com o colega, evitando constrangê-lo publicamente.
  • Iniciar a conversa de forma amigável, reconhecendo que provavelmente não havia intenção de ofender: “Notei que você usou algumas vezes a expressão ‘a coisa tá preta’ na reunião. Sei que é uma expressão comum, mas gostaria de compartilhar algo sobre ela.”
  • Explicar brevemente a origem e o problema com a expressão: “Essa expressão associa a cor preta a algo negativo, o que pode reforçar inconscientemente preconceitos raciais.”
  • Sugerir alternativas: “Existem outras formas de expressar a mesma ideia, como ‘a situação está complicada’ ou ‘estamos enfrentando dificuldades’.”
  • Agradecer pela escuta e mostrar-se aberto ao diálogo: “Obrigado por me ouvir. Estou sempre aprendendo também e acho importante refletirmos juntos sobre como nossa linguagem pode ser mais inclusiva.”
  1. Você está revisando um texto que contém várias expressões consideradas preconceituosas. Quais passos você seguiria para tornar o texto mais inclusivo e respeitoso?

Resposta sugerida:

  • Identificar todas as expressões potencialmente preconceituosas no texto.
  • Pesquisar sobre cada expressão para entender sua origem, contexto histórico e por que é considerada problemática.
  • Consultar guias e glossários de linguagem inclusiva, como o mencionado no artigo (cartilha do TSE, glossário da LBCA).
  • Substituir as expressões por alternativas mais inclusivas e respeitosas, mantendo o sentido original do texto.
  • Se possível, consultar pessoas dos grupos afetados para garantir que as substituições são adequadas.
  • Revisar o texto completo para garantir coerência e fluidez após as alterações.
  • Compartilhar com o autor original as mudanças feitas e explicar as razões, como forma de conscientização.
  1. Em uma conversa familiar, seu avô de 80 anos utiliza termos que hoje são considerados preconceituosos, mas que eram comuns em sua época. Como você lidaria com essa situação?

Resposta sugerida:

  • Escolher um momento adequado para uma conversa privada e tranquila.
  • Abordar o assunto com respeito e compreensão, reconhecendo que seu avô cresceu em um contexto histórico e social diferente.
  • Explicar gentilmente como a linguagem evoluiu e por que certos termos não são mais considerados apropriados hoje.
  • Usar exemplos concretos de como certas palavras podem ferir pessoas, apelando para a empatia.
  • Sugerir alternativas mais respeitosas para os termos utilizados.
  • Ser paciente e entender que mudanças de hábitos linguísticos arraigados por décadas podem levar tempo.
  • Reforçar positivamente quando ele fizer esforços para usar uma linguagem mais inclusiva.
  • Evitar tom acusatório ou de julgamento, focando na educação e no diálogo construtivo.

Parte 4: Criação e Conscientização

  1. Crie um pequeno texto (máximo 5 linhas) sobre a importância da linguagem inclusiva no ambiente escolar ou de trabalho.

Resposta sugerida: (Exemplo – as respostas dos alunos variarão)

“A linguagem inclusiva no ambiente escolar/de trabalho cria um espaço de respeito mútuo onde todos se sentem valorizados e acolhidos. Ao abandonarmos termos preconceituosos, reconhecemos a dignidade de cada pessoa e contribuímos para um clima de colaboração e pertencimento. Essa prática não apenas previne conflitos e mal-entendidos, mas também promove a diversidade de ideias e perspectivas, essencial para a inovação e o crescimento coletivo.”

  1. Imagine que você precisa explicar para uma criança de 10 anos por que não devemos usar certas palavras ou expressões. Como você faria isso de forma simples e educativa?

Resposta sugerida: (Exemplo – as respostas dos alunos variarão)

Para explicar a uma criança de 10 anos, eu poderia usar uma abordagem simples e concreta:

“Você já se sentiu triste quando alguém usou um apelido que você não gostava? Algumas palavras podem fazer as pessoas se sentirem assim – tristes, magoadas ou excluídas. Ao longo do tempo, aprendemos que certas palavras ou expressões podem machucar os sentimentos de grupos inteiros de pessoas, porque lembram momentos em que elas foram tratadas injustamente. É como se essas palavras carregassem uma ‘memória’ de coisas ruins que aconteceram. Por isso, quando aprendemos que uma palavra pode machucar alguém, é legal procurarmos outras formas de dizer a mesma coisa. Assim, mostramos respeito e cuidado com todos à nossa volta. É como aprender novas regras em um jogo – no começo pode parecer difícil, mas logo se torna natural e torna o jogo mais divertido para todos!”

  1. Sugira uma campanha ou atividade que poderia ser implementada em escolas para promover o uso de linguagem inclusiva e respeitosa.

Resposta sugerida: (Exemplo – as respostas dos alunos variarão)

Campanha “Palavras que Transformam”

A campanha incluiria as seguintes atividades:

  1. Oficinas de Sensibilização: Encontros semanais onde os alunos aprenderiam sobre a história e o impacto de expressões preconceituosas, com convidados de diferentes grupos sociais compartilhando suas experiências.
  2. Mural Interativo: Um espaço na escola onde os alunos poderiam escrever expressões preconceituosas e suas alternativas inclusivas, criando um “dicionário coletivo” de linguagem respeitosa.
  3. Desafio da Linguagem Inclusiva: Durante um mês, turmas competiriam amigavelmente para identificar e substituir expressões preconceituosas em textos, músicas e conversas cotidianas.
  4. Produção de Material Educativo: Os alunos criariam cartilhas, vídeos ou podcasts sobre linguagem inclusiva para compartilhar com outras escolas e com a comunidade.
  5. Dia da Reflexão Linguística: Um dia dedicado a atividades artísticas e culturais que exploram o poder das palavras, com apresentações teatrais, saraus poéticos e rodas de conversa.

A campanha envolveria toda a comunidade escolar – alunos, professores, funcionários e famílias – promovendo uma cultura de respeito que se estenderia além dos muros da escola.

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Parônimos: Palavras Parecidas, Significados Diferentes https://portuguesando.com.br/paronimos-palavras-parecidas-significados-diferentes/ https://portuguesando.com.br/paronimos-palavras-parecidas-significados-diferentes/#respond Tue, 20 May 2025 10:30:00 +0000 https://portuguesando.com.br/?p=797 A língua portuguesa é repleta de sutilezas e particularidades que podem confundir até mesmo os falantes mais experientes. Entre essas peculiaridades, encontramos os parônimos, palavras que frequentemente causam dúvidas e são responsáveis por diversos equívocos na comunicação escrita e falada. Neste artigo, vamos explorar o que são os parônimos, como identificá-los e como utilizá-los corretamente em nosso dia a dia.

O que são parônimos?

Parônimos são palavras que apresentam grafia e pronúncia semelhantes, porém possuem significados completamente diferentes. Essa semelhança na forma como são escritas e pronunciadas é justamente o que causa confusão entre os falantes da língua portuguesa, levando a erros comuns tanto na escrita quanto na fala.

De acordo com o site Brasil Escola, “palavras parônimas são pares de palavras quase homônimas, com pouca diferença no som e na grafia”. Essa definição nos ajuda a compreender que os parônimos são palavras que, apesar de parecerem muito com outras, carregam sentidos distintos e são utilizadas em contextos específicos.

É importante não confundir parônimos com homônimos. Enquanto os parônimos são palavras semelhantes na grafia e na pronúncia, os homônimos são palavras que têm pronúncia e/ou grafia idênticas, mas significados diferentes. Os homônimos ainda se dividem em homógrafos (mesma grafia, pronúncia diferente), homófonos (mesma pronúncia, grafia diferente) e homônimos perfeitos (mesma grafia e pronúncia).

Exemplos comuns de parônimos

Para compreender melhor o conceito de parônimos, vamos analisar alguns exemplos comuns que frequentemente causam confusão:

Comprimento e Cumprimento

  • Comprimento: refere-se à medida de algo de uma extremidade à outra. Exemplo: O comprimento da sala é de 5 metros.
  • Cumprimento: ato de cumprimentar alguém ou de cumprir algo. Exemplo: Ele fez um cumprimento formal ao chegar à reunião.

Descrição e Discrição

  • Descrição: ato de descrever algo ou alguém. Exemplo: A descrição do suspeito ajudou a polícia a identificá-lo.
  • Discrição: qualidade de quem é discreto, reservado. Exemplo: Ele agiu com discrição ao tratar do assunto delicado.

Eminente e Iminente

  • Eminente: aquilo que se destaca, que é ilustre ou importante. Exemplo: O eminente professor recebeu um prêmio por sua contribuição à ciência.
  • Iminente: algo que está prestes a acontecer. Exemplo: O desabamento do prédio era iminente devido às rachaduras na estrutura.

Inflação e Infração

  • Inflação: aumento generalizado de preços. Exemplo: A inflação deste mês superou as expectativas dos economistas.
  • Infração: violação de uma lei ou regra. Exemplo: O motorista cometeu uma infração ao ultrapassar o sinal vermelho.

Absolver e Absorver

  • Absolver: perdoar, inocentar. Exemplo: O juiz decidiu absolver o réu por falta de provas.
  • Absorver: aspirar, sorver. Exemplo: O papel toalha consegue absorver o líquido derramado.

Cavaleiro e Cavalheiro

  • Cavaleiro: pessoa que monta a cavalo ou que pertencia a uma ordem militar na Idade Média. Exemplo: O cavaleiro participou do torneio de equitação.
  • Cavalheiro: homem gentil, educado. Exemplo: Ele se comportou como um verdadeiro cavalheiro durante o jantar.

Tráfego e Tráfico

  • Tráfego: movimento de veículos, trânsito. Exemplo: O tráfego na avenida principal está congestionado neste horário.
  • Tráfico: comércio ilegal. Exemplo: As autoridades combatem o tráfico de drogas na região.

A importância de conhecer os parônimos

Conhecer e saber utilizar corretamente os parônimos é fundamental para uma comunicação clara e eficaz. O uso inadequado dessas palavras pode gerar ambiguidades, mal-entendidos e até mesmo alterar completamente o sentido de uma mensagem.

No ambiente acadêmico e profissional, o domínio dos parônimos é ainda mais relevante, pois demonstra conhecimento linguístico e cuidado com a precisão da comunicação. Em redações, relatórios, e-mails e outros documentos formais, o uso correto dessas palavras contribui para a qualidade do texto e para a credibilidade do autor.

Além disso, em concursos públicos, vestibulares e outras avaliações, questões sobre parônimos são frequentes, testando a capacidade do candidato de distinguir palavras semelhantes e aplicá-las adequadamente em diferentes contextos.

Como evitar confusões com parônimos

Para evitar confusões no uso de parônimos, algumas estratégias podem ser úteis:

  1. Consulte o dicionário: em caso de dúvida, sempre verifique o significado exato de cada palavra no dicionário.
  2. Contextualize: analise o contexto em que a palavra será utilizada para determinar qual parônimo é o mais adequado.
  3. Pratique a leitura: quanto mais você lê, mais familiarizado fica com o uso correto das palavras.
  4. Faça exercícios específicos: resolver questões sobre parônimos ajuda a fixar as diferenças entre as palavras.
  5. Crie associações: relacione cada parônimo a uma situação ou frase específica para lembrar mais facilmente do seu significado.

Conclusão

Os parônimos representam um aspecto fascinante e desafiador da língua portuguesa. Compreender suas diferenças e saber utilizá-los corretamente é essencial para uma comunicação precisa e eficaz. Ao dominar o uso dos parônimos, você enriquece seu vocabulário e aprimora sua capacidade de expressão, evitando equívocos que podem comprometer a clareza de suas mensagens.

Lembre-se de que o estudo da língua é um processo contínuo, e a prática regular é a melhor forma de consolidar o conhecimento sobre parônimos e outras particularidades do português.

Atividade: Teste seus conhecimentos sobre parônimos

Agora que você já conhece o que são parônimos e como utilizá-los corretamente, vamos praticar com alguns exercícios. Leia atentamente cada questão e escolha a alternativa que completa corretamente as frases com os parônimos adequados.

1. Complete as frases com os parônimos EMINENTE ou IMINENTE:

a) O palestrante __________ chegará em breve para a conferência. b) O acidente era __________ devido às más condições da estrada. c) Aquele professor é considerado uma autoridade __________ no assunto. d) O risco de enchente é __________ com as fortes chuvas previstas.

2. Escolha entre TRÁFEGO ou TRÁFICO:

a) O __________ de veículos aumenta consideravelmente nos horários de pico. b) As autoridades intensificaram o combate ao __________ de animais silvestres. c) O __________ na internet cresceu durante a pandemia. d) O __________ de influência é considerado crime em muitos países.

3. Preencha com DESCRIÇÃO ou DISCRIÇÃO:

a) A __________ detalhada do suspeito ajudou na investigação. b) Ele tratou do assunto com __________, sem chamar atenção. c) A __________ da paisagem no livro é belíssima. d) A situação exige __________ por parte de todos os envolvidos.

4. Complete com COMPRIMENTO ou CUMPRIMENTO:

a) O __________ do tecido não é suficiente para fazer a cortina. b) Ele fez um __________ formal ao entrar na sala. c) Qual é o __________ do rio Amazonas? d) O __________ das normas é obrigatório para todos os funcionários.

5. Escolha entre CAVALEIRO ou CAVALHEIRO:

a) O __________ ajudou a senhora a carregar as compras. b) O __________ participou da competição de hipismo. c) Todo __________ deve ceder seu lugar a uma pessoa idosa. d) O __________ medieval usava armadura nas batalhas.

6. Complete as frases com ABSOLVER ou ABSORVER:

a) O papel toalha consegue __________ o líquido derramado. b) O juiz decidiu __________ o réu por falta de provas. c) A pele pode __________ vitamina D através da exposição ao sol. d) A igreja pode __________ os pecados dos fiéis através da confissão.

7. Escolha entre INFLAÇÃO ou INFRAÇÃO:

a) A __________ do mês superou as expectativas dos economistas. b) O motorista cometeu uma __________ ao estacionar em local proibido. c) O controle da __________ é fundamental para a estabilidade econômica. d) A multa por __________ de trânsito aumentou significativamente.

8. Complete com EMIGRAR ou IMIGRAR:

a) Muitos brasileiros decidiram __________ para Portugal em busca de melhores condições de vida. b) Os refugiados tentam __________ para países da Europa. c) Meus avós decidiram __________ do Japão após a Segunda Guerra Mundial. d) É difícil __________ para outro país sem conhecer o idioma local.

9. Escolha entre RATIFICAR ou RETIFICAR:

a) O diretor precisou __________ o erro no relatório antes da publicação. b) O Brasil decidiu __________ o acordo internacional sobre mudanças climáticas. c) É necessário __________ as informações incorretas no cadastro. d) O presidente vai __________ sua posição durante a reunião de amanhã.

10. Complete com MANDADO ou MANDATO:

a) O juiz expediu um __________ de busca e apreensão. b) O __________ do presidente termina no próximo ano. c) O advogado recebeu um __________ judicial para representar seu cliente. d) O __________ parlamentar tem duração de quatro anos.

Gabarito

1. EMINENTE ou IMINENTE:

a) O palestrante eminente chegará em breve para a conferência. b) O acidente era iminente devido às más condições da estrada. c) Aquele professor é considerado uma autoridade eminente no assunto. d) O risco de enchente é iminente com as fortes chuvas previstas.

2. TRÁFEGO ou TRÁFICO:

a) O tráfego de veículos aumenta consideravelmente nos horários de pico. b) As autoridades intensificaram o combate ao tráfico de animais silvestres. c) O tráfego na internet cresceu durante a pandemia. d) O tráfico de influência é considerado crime em muitos países.

3. DESCRIÇÃO ou DISCRIÇÃO:

a) A descrição detalhada do suspeito ajudou na investigação. b) Ele tratou do assunto com discrição, sem chamar atenção. c) A descrição da paisagem no livro é belíssima. d) A situação exige discrição por parte de todos os envolvidos.

4. COMPRIMENTO ou CUMPRIMENTO:

a) O comprimento do tecido não é suficiente para fazer a cortina. b) Ele fez um cumprimento formal ao entrar na sala. c) Qual é o comprimento do rio Amazonas? d) O cumprimento das normas é obrigatório para todos os funcionários.

5. CAVALEIRO ou CAVALHEIRO:

a) O cavalheiro ajudou a senhora a carregar as compras. b) O cavaleiro participou da competição de hipismo. c) Todo cavalheiro deve ceder seu lugar a uma pessoa idosa. d) O cavaleiro medieval usava armadura nas batalhas.

6. ABSOLVER ou ABSORVER:

a) O papel toalha consegue absorver o líquido derramado. b) O juiz decidiu absolver o réu por falta de provas. c) A pele pode absorver vitamina D através da exposição ao sol. d) A igreja pode absolver os pecados dos fiéis através da confissão.

7. INFLAÇÃO ou INFRAÇÃO:

a) A inflação do mês superou as expectativas dos economistas. b) O motorista cometeu uma infração ao estacionar em local proibido. c) O controle da inflação é fundamental para a estabilidade econômica. d) A multa por infração de trânsito aumentou significativamente.

8. EMIGRAR ou IMIGRAR:

a) Muitos brasileiros decidiram emigrar para Portugal em busca de melhores condições de vida. b) Os refugiados tentam imigrar para países da Europa. c) Meus avós decidiram emigrar do Japão após a Segunda Guerra Mundial. d) É difícil imigrar para outro país sem conhecer o idioma local.

9. RATIFICAR ou RETIFICAR:

a) O diretor precisou retificar o erro no relatório antes da publicação. b) O Brasil decidiu ratificar o acordo internacional sobre mudanças climáticas. c) É necessário retificar as informações incorretas no cadastro. d) O presidente vai ratificar sua posição durante a reunião de amanhã.

10. MANDADO ou MANDATO:

a) O juiz expediu um mandado de busca e apreensão. b) O mandato do presidente termina no próximo ano. c) O advogado recebeu um mandado judicial para representar seu cliente. d) O mandato parlamentar tem duração de quatro anos.

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Gírias que Viraram Palavras Oficiais https://portuguesando.com.br/girias-que-viraram-palavras-oficiais/ https://portuguesando.com.br/girias-que-viraram-palavras-oficiais/#respond Mon, 19 May 2025 10:30:00 +0000 https://portuguesando.com.br/?p=793 Do “mó legal” ao “crush”: como a linguagem informal conquista o dicionário

Você já deve ter ouvido (ou usado) expressões como top, crush, zoar, rolê, bugado, printar… Mas você sabia que muitas dessas palavras, antes vistas apenas como “linguagem de internet” ou “gíria de adolescente”, já foram incorporadas oficialmente ao nosso vocabulário?

A língua portuguesa está em constante transformação — e as gírias são uma das maiores provas disso. O que começa como uma fala informal entre grupos de jovens pode acabar, com o tempo e o uso frequente, entrando no dicionário e se tornando parte da norma culta.

📚 Como uma gíria vira palavra oficial?

Quando um termo informal passa a ser utilizado por uma grande parcela da população, em diferentes contextos (mídia, publicidade, literatura, redes sociais, etc.), os dicionários consideram sua inclusão. Isso acontece porque a língua se adapta ao uso real — e não o contrário. Afinal, os falantes moldam a língua com suas necessidades, hábitos e invenções.

🗣 Exemplos de gírias que viraram palavras “sérias”

Veja alguns exemplos de gírias que foram oficializadas por dicionários como o Aurélio e o Houaiss:

  • Zoar – originalmente usada no sentido de “fazer piada”, hoje está nos dicionários com esse mesmo significado: brincar, caçoar, zombar.
  • Rolê – do cotidiano para o dicionário: passeio informal, saída para se divertir.
  • Printar – sim, vem do inglês print, e já é reconhecida como capturar ou copiar a imagem de uma tela.
  • Top – usada para expressar algo muito bom ou excelente. Exemplo: “Esse filme é top!”
  • Bugado – outro termo digital que já ganhou espaço: algo que não funciona direito, que deu erro.
  • Crush – também importada do inglês, virou palavra oficial como pessoa por quem se sente atração ou interesse amoroso.

💡 Curiosidade: o caso de “balada”

Sabia que balada já foi sinônimo apenas de poema lírico medieval? Hoje, é usada (e dicionarizada) como festa noturna com música e dança. Uma transformação e tanto, né?

👀 E o que isso diz sobre a língua?

A oficialização das gírias mostra que a língua não é estática nem “propriedade dos livros”: ela é viva, coletiva, e reflete o tempo em que vivemos. A entrada dessas palavras no vocabulário oficial é também um reconhecimento da força cultural das novas gerações — especialmente dos jovens conectados às redes sociais e à tecnologia.

✍ Atividade interativa para a sala ou redes:

Desafio: Qual gíria você acha que deveria entrar no dicionário?
Comente aqui ou leve essa pergunta para a sala de aula. Incentive os alunos a pesquisarem o significado, origem e uso da palavra. Vale até criar um “minidicionário de gírias da turma”!


Conclusão:
Da periferia ao dicionário, das redes sociais à literatura contemporânea — as gírias mostram que o português é uma língua em constante construção. E isso é, sem dúvida… mó legal!

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A Chave para o Amanhã: Uma Crônica Sobre Estudos e o Futuro Profissional https://portuguesando.com.br/a-chave-para-o-amanha-uma-cronica-sobre-estudos-e-o-futuro-profissional/ https://portuguesando.com.br/a-chave-para-o-amanha-uma-cronica-sobre-estudos-e-o-futuro-profissional/#respond Sun, 18 May 2025 10:30:00 +0000 https://portuguesando.com.br/?p=791 O sinal estridente da escola ecoou pelos corredores, anunciando o fim de mais um dia de aulas. Para Lucas, um adolescente do segundo ano do ensino médio, com seus fones de ouvido quase sempre presentes e os olhos frequentemente grudados na tela do celular, aquele som era a libertação para o que realmente importava: o universo dos jogos online e as infinitas rolagens nas redes sociais. A palavra “futuro” soava como um eco distante, uma preocupação para os “adultos”, não para ele, que ainda tinha tantas fases para passar em seu jogo favorito. As aulas? Ah, as aulas… Eram como longas cenas de um filme que ele era obrigado a assistir, com alguns momentos de interesse, mas, na maioria das vezes, uma contagem regressiva para a liberdade.

Matemática parecia um emaranhado de números e símbolos sem sentido prático. História, uma coleção de datas e nomes que mais pareciam um teste de memória do que uma lição de vida. Português até que ia, mas as análises sintáticas eram um mistério que ele preferia não desvendar. “Para que serve tudo isso?”, resmungava para si mesmo, enquanto guardava o material na mochila de qualquer jeito. A pressão dos pais, os discursos dos professores sobre o ENEM e a escolha da profissão formavam um ruído de fundo em sua vida, uma melodia que ele tentava abafar com o volume máximo de suas músicas preferidas.

Certo dia, a escola promoveu uma feira de profissões. Lucas, inicialmente, planejava apenas pegar alguns brindes e escapar para o pátio, mas algo o deteve. Viu um estande de desenvolvimento de games, sua grande paixão. Lá, um jovem programador, não muito mais velho que ele, explicava com entusiasmo como a lógica matemática era a base para criar as mecânicas dos jogos, como a física era essencial para simular movimentos realistas e como uma boa narrativa, aprendida nas aulas de português e literatura, tornava um jogo inesquecível. Pela primeira vez, Lucas vislumbrou uma conexão entre aquelas matérias “chatas” e algo que ele amava.

Intrigado, começou a prestar mais atenção nas aulas. Descobriu que a professora de história não falava apenas de reis mortos, mas de como as sociedades evoluíram, cometeram erros e acertos, lições valiosas para entender o mundo atual e, quem sabe, o mercado de trabalho. Percebeu que o professor de química, ao explicar as reações, estava, na verdade, desvendando os segredos da matéria que compõe tudo ao nosso redor, inclusive a tecnologia dos seus consoles. Até a temida matemática começou a fazer mais sentido quando ele a aplicou em pequenos projetos de programação que começou a desenvolver por conta própria, inspirado pela feira.

Não foi uma transformação da noite para o dia. Houve dias de frustração, de vontade de desistir e voltar para a zona de conforto dos jogos. Mas a semente da curiosidade havia sido plantada. Ele começou a participar mais, a perguntar, a pesquisar além do que era ensinado. Descobriu que o conhecimento não era um fardo, mas uma ferramenta poderosa, capaz de abrir portas que ele nem imaginava que existiam. Viu colegas que, assim como ele antes, encaravam os estudos como uma obrigação, mas também viu outros que, com dedicação, já traçavam planos ambiciosos para o futuro, buscando estágios, cursos complementares e se preparando para os vestibulares com afinco.

Lucas entendeu, finalmente, que o estudo não era um obstáculo para a diversão ou um fardo inútil. Era a chave. A chave que destrancava portas para futuros que ele nem sonhava, que o capacitava a transformar sua paixão por games, ou qualquer outra que viesse a ter, em uma profissão real e gratificante. O “para que serve tudo isso?” deu lugar a um “como posso usar isso ao meu favor?”.

O futuro profissional, antes uma névoa distante, começou a ganhar contornos mais nítidos. Não era sobre ter todas as respostas imediatamente, mas sobre estar preparado para buscá-las. E a preparação começava ali, naquelas salas de aula, com aqueles professores e aquelas matérias que, agora, pareciam peças de um grande quebra-cabeça que ele estava ansioso para montar. O estudo não era apenas sobre passar de ano ou conseguir um diploma; era sobre construir a si mesmo, tijolo por tijolo, conhecimento por conhecimento, para edificar o profissional que ele queria ser. E essa construção, ele percebeu, era a aventura mais emocionante de todas, com fases desafiadoras, mas com recompensas que nenhum jogo online poderia oferecer: a realização de seus próprios sonhos.

Parte I: Questões de Múltipla Escolha

Instruções: Leia atentamente cada questão e assinale a alternativa correta.

1. Qual era a principal atividade de Lucas fora da escola no início da crônica? a) Praticar esportes com os amigos. b) Dedicar-se a cursos de idiomas. c) Jogar online e usar redes sociais. d) Ajudar seus pais em tarefas domésticas. e) Ler livros de aventura.

2. Como Lucas inicialmente percebia as aulas e os estudos? a) Como uma oportunidade de aprender coisas novas e interessantes. b) Como um fardo e uma obrigação, contando os minutos para a liberdade. c) Como um desafio estimulante para seu intelecto. d) Como um momento de socialização com os colegas. e) Como algo fácil e que não exigia muito esforço.

3. Qual evento na escola começou a mudar a perspectiva de Lucas sobre os estudos? a) Uma palestra sobre a importância do ENEM. b) Uma conversa séria com seus pais sobre o futuro. c) A feira de profissões, especialmente o estande de desenvolvimento de games. d) Um projeto em grupo sobre história antiga. e) A chegada de um novo professor de matemática.

4. No estande de desenvolvimento de games, o que o jovem programador explicou que surpreendeu Lucas? a) Que para ser programador não era necessário estudar muito. b) Que a matemática, a física e a narrativa eram fundamentais para criar jogos. c) Que o mercado de games estava saturado e era difícil conseguir emprego. d) Que os melhores jogos eram criados por pessoas que não gostavam da escola. e) Que apenas o conhecimento de inglês era suficiente para desenvolver games.

5. Após a feira de profissões, qual foi uma das primeiras matérias que Lucas começou a ver com outros olhos? a) Educação Física, pois percebeu a importância da saúde. b) Artes, pois descobriu um talento para o desenho. c) Química, ao entender sua relação com a tecnologia. d) Geografia, ao se interessar por diferentes culturas. e) Filosofia, ao questionar o sentido da vida.

6. A transformação de Lucas em relação aos estudos aconteceu: a) Instantaneamente, após a visita à feira de profissões. b) De forma gradual, com momentos de dúvida e persistência. c) Apenas por pressão dos pais e professores. d) Somente quando ele começou a tirar notas boas. e) Depois que ele decidiu qual faculdade queria cursar.

7. O que Lucas descobriu sobre o conhecimento ao começar a se dedicar mais aos estudos? a) Que era algo muito difícil e acessível para poucos. b) Que era um fardo necessário para conseguir um bom emprego. c) Que era uma ferramenta poderosa, capaz de abrir portas para o futuro. d) Que era menos importante do que ter bons contatos. e) Que a maior parte do que se aprendia na escola não tinha utilidade prática.

8. Qual foi a principal mudança na pergunta que Lucas fazia a si mesmo sobre os estudos? a) De “Isso é muito chato?” para “Isso é divertido?”. b) De “Preciso mesmo estudar isso?” para “Meus amigos estão estudando isso?”. c) De “Para que serve tudo isso?” para “Como posso usar isso ao meu favor?”. d) De “Vou conseguir passar de ano?” para “Vou tirar a maior nota?”. e) De “Quando essa aula vai acabar?” para “O que vou aprender hoje?”.

9. Segundo a crônica, o estudo é fundamental principalmente para: a) Apenas passar no vestibular e entrar na faculdade. b) Construir a si mesmo e edificar o profissional que se deseja ser. c) Acumular diplomas e certificados. d) Agradar aos pais e à sociedade. e) Ter um assunto para conversar com as pessoas.

10. A “chave” mencionada no título e no final da crônica simboliza: a) A chave da escola que Lucas queria pegar para sair mais cedo. b) A chave para desbloquear novas fases em seus jogos online. c) O estudo, como meio para alcançar um futuro profissional gratificante. d) O segredo para ficar rico rapidamente sem muito esforço. e) A amizade com colegas que o ajudavam a entender as matérias.

Parte II: Questões Abertas

Instruções: Leia atentamente cada questão e responda de forma clara e completa, utilizando informações da crônica para embasar suas respostas.

11. Descreva a rotina e os interesses de Lucas antes da feira de profissões. Como ele via a escola nesse período?

12. Explique qual foi o impacto da feira de profissões na vida de Lucas. Qual descoberta específica o fez começar a mudar sua atitude em relação aos estudos?

13. A crônica menciona que Lucas começou a ver conexões entre as matérias escolares e seus interesses, como o desenvolvimento de games. Cite um exemplo dessa conexão mencionada no texto e explique sua importância.

14. A transformação de Lucas foi imediata ou gradual? Justifique sua resposta com base em informações do texto.

15. Além de Lucas, a crônica menciona outros tipos de estudantes. Quais são eles e como suas atitudes em relação aos estudos se comparam com a de Lucas antes e depois de sua mudança?

16. Qual era a pergunta que Lucas costumava fazer sobre os estudos e como essa pergunta mudou após sua transformação? O que essa mudança de perspectiva revela sobre sua nova compreensão do conhecimento?

17. A crônica afirma que “o estudo não era apenas sobre passar de ano ou conseguir um diploma; era sobre construir a si mesmo”. O que essa frase significa no contexto da história de Lucas?

18. Em sua opinião, qual é a principal mensagem que a crônica “A Chave para o Amanhã” tenta transmitir aos estudantes do ensino médio? Justifique.

19. Você se identifica com alguma parte da trajetória de Lucas? Se sim, qual e por quê? Se não, explique como sua experiência com os estudos difere da dele.

20. Se você pudesse dar um conselho a Lucas no início da crônica, qual seria? E que conselho você daria a um colega que hoje se sente como Lucas se sentia antes da feira de profissões?

Gabarito da Atividade: A Chave para o Amanhã

Parte I: Questões de Múltipla Escolha

  1. c) Jogar online e usar redes sociais.
  2. b) Como um fardo e uma obrigação, contando os minutos para a liberdade.
  3. c) A feira de profissões, especialmente o estande de desenvolvimento de games.
  4. b) Que a matemática, a física e a narrativa eram fundamentais para criar jogos.
  5. c) Química, ao entender sua relação com a tecnologia. (Nota: A crônica também menciona História e Matemática, mas a Química é citada com o exemplo da tecnologia dos consoles, o que demonstra uma nova perspectiva sobre a matéria em si).
  6. b) De forma gradual, com momentos de dúvida e persistência.
  7. c) Que era uma ferramenta poderosa, capaz de abrir portas para o futuro.
  8. c) De “Para que serve tudo isso?” para “Como posso usar isso ao meu favor?”.
  9. b) Construir a si mesmo e edificar o profissional que se deseja ser.
  10. c) O estudo, como meio para alcançar um futuro profissional gratificante.

Parte II: Questões Abertas (Sugestões de Respostas Esperadas)

11. Descreva a rotina e os interesses de Lucas antes da feira de profissões. Como ele via a escola nesse período?Resposta Esperada: Antes da feira, Lucas passava o tempo com fones de ouvido, celular, jogos online e redes sociais. Ele via a escola como uma obrigação, um fardo, e as aulas como algo chato do qual queria se livrar o mais rápido possível, sem ver sentido prático no que aprendia.

12. Explique qual foi o impacto da feira de profissões na vida de Lucas. Qual descoberta específica o fez começar a mudar sua atitude em relação aos estudos?Resposta Esperada: A feira de profissões teve um grande impacto, pois foi lá que Lucas viu uma conexão entre seus interesses (games) e o conteúdo escolar. A descoberta específica foi ao ouvir um jovem programador explicar como a lógica matemática, a física e a narrativa (Português/Literatura) eram essenciais para criar jogos.

13. A crônica menciona que Lucas começou a ver conexões entre as matérias escolares e seus interesses, como o desenvolvimento de games. Cite um exemplo dessa conexão mencionada no texto e explique sua importância.Resposta Esperada: Um exemplo é a conexão entre a matemática e a lógica de programação para criar mecânicas de jogos, ou a física para simular movimentos realistas. A importância é que Lucas percebeu a aplicabilidade prática do que aprendia, motivando-o a se interessar mais pelas aulas.

14. A transformação de Lucas foi imediata ou gradual? Justifique sua resposta com base em informações do texto.Resposta Esperada: A transformação foi gradual. O texto diz: “Não foi uma transformação da noite para o dia. Houve dias de frustração, de vontade de desistir e voltar para a zona de conforto dos jogos. Mas a semente da curiosidade havia sido plantada.”

15. Além de Lucas, a crônica menciona outros tipos de estudantes. Quais são eles e como suas atitudes em relação aos estudos se comparam com a de Lucas antes e depois de sua mudança?Resposta Esperada: A crônica menciona colegas que continuavam encarando os estudos como uma obrigação (semelhante a Lucas antes) e outros que, com dedicação, já traçavam planos ambiciosos, buscando estágios e se preparando para vestibulares (semelhante a Lucas depois de sua mudança, ou até mais adiantados).

16. Qual era a pergunta que Lucas costumava fazer sobre os estudos e como essa pergunta mudou após sua transformação? O que essa mudança de perspectiva revela sobre sua nova compreensão do conhecimento?Resposta Esperada: Antes, Lucas perguntava “Para que serve tudo isso?”. Depois, passou a perguntar “Como posso usar isso ao meu favor?”. Essa mudança revela que ele deixou de ver o estudo como algo imposto e inútil e passou a enxergá-lo como uma ferramenta valiosa e aplicável para seus objetivos e futuro.

17. A crônica afirma que “o estudo não era apenas sobre passar de ano ou conseguir um diploma; era sobre construir a si mesmo”. O que essa frase significa no contexto da história de Lucas?Resposta Esperada: Significa que o valor do estudo vai além das conquistas formais (notas, diploma). Para Lucas, passou a ser um processo de desenvolvimento pessoal, de adquirir conhecimentos e habilidades que o moldariam como indivíduo e como o profissional que ele desejava ser, capacitando-o a realizar seus sonhos.

18. Em sua opinião, qual é a principal mensagem que a crônica “A Chave para o Amanhã” tenta transmitir aos estudantes do ensino médio? Justifique.Resposta Esperada: (Resposta pessoal, mas deve girar em torno da importância de encontrar sentido e relevância nos estudos, conectando-os com interesses pessoais e objetivos futuros. A mensagem é que o estudo é uma ferramenta poderosa para o desenvolvimento pessoal e profissional, abrindo portas e possibilitando a realização de sonhos.) A justificativa deve se basear em elementos da crônica.

19. Você se identifica com alguma parte da trajetória de Lucas? Se sim, qual e por quê? Se não, explique como sua experiência com os estudos difere da dele.Resposta Esperada: (Resposta pessoal. O aluno pode se identificar com a fase de desinteresse de Lucas, com o momento da descoberta, ou com a dedicação posterior. Se não houver identificação, deve explicar as diferenças em sua própria trajetória escolar.)

20. Se você pudesse dar um conselho a Lucas no início da crônica, qual seria? E que conselho você daria a um colega que hoje se sente como Lucas se sentia antes da feira de profissões?Resposta Esperada: (Resposta pessoal. O conselho para Lucas poderia ser para tentar encontrar conexões entre o que aprende e o que gosta, ou para ser mais curioso. O conselho para um colega poderia ser similar, incentivando-o a explorar diferentes áreas, conversar com profissionais e buscar entender a aplicação do conhecimento.)

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PROJETO DE LEITURA – ENSINO MÉDIO https://portuguesando.com.br/projeto-de-leitura-ensino-medio-2/ https://portuguesando.com.br/projeto-de-leitura-ensino-medio-2/#respond Sat, 17 May 2025 10:30:00 +0000 https://portuguesando.com.br/?p=787 Professora: Simone Malta 

Livro: “O Menino de Alepo”

Autora: Sumia Sukkar

Editora: Globo

1. Justificativa:

A leitura do romance “O Menino de Alepo”, de Sumia Sukkar, oferece uma oportunidade singular para os estudantes do Ensino Médio mergulharem em uma narrativa contemporânea que aborda temas de profunda relevância social e humana. Ambientado na Guerra da Síria, o livro narra a história de Adam, um jovem com Síndrome de Asperger, e sua luta pela sobrevivência em meio ao caos. Este projeto de leitura justifica-se pela necessidade de:

  • Promover a compreensão de contextos históricos e sociais complexos, como a Guerra da Síria e a crise dos refugiados, por meio de uma perspectiva humanizada.
  • Desenvolver a empatia e o respeito à diversidade, ao apresentar um protagonista com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e suas formas particulares de perceber o mundo e se expressar.
  • Estimular a reflexão crítica sobre questões como violência, perda, resiliência, direitos humanos e o papel da arte como forma de comunicação e superação.
  • Ampliar o repertório literário dos estudantes com uma obra que dialoga com o presente e suscita debates importantes para a formação cidadã.
  • Discutir a representação da neurodiversidade na literatura, incentivando uma análise crítica e informada.

2. Público-Alvo:

Estudantes do Ensino Médio (1ª, 2ª ou 3ª séries), adaptando-se a linguagem e a profundidade das discussões à maturidade de cada turma.

3. Objetivos:

3.1. Objetivo Geral:

Proporcionar aos estudantes uma experiência de leitura significativa e reflexiva do livro “O Menino de Alepo”, fomentando a compreensão crítica de seus temas centrais, o desenvolvimento da empatia e a conexão com questões humanitárias e sociais contemporâneas, além de promover uma discussão consciente sobre a representação do Transtorno do Espectro Autista.

3.2. Objetivos Específicos:

Ao final do projeto, espera-se que os estudantes sejam capazes de:

  • Compreender o enredo principal e os conflitos vivenciados pelos personagens de “O Menino de Alepo”.
  • Contextualizar a obra no cenário da Guerra da Síria, identificando suas principais causas e consequências humanitárias.
  • Analisar a perspectiva do protagonista Adam, relacionando suas experiências e percepções à Síndrome de Asperger/TEA.
  • Refletir criticamente sobre a representação do TEA no livro, comparando-a com informações de outras fontes.
  • Debater temas como guerra, violência, exílio, perda, resiliência, preconceito, solidariedade e a busca por identidade.
  • Identificar e discutir o papel da arte (pintura) como forma de expressão e comunicação para o protagonista.
  • Desenvolver habilidades de leitura, interpretação de texto, análise literária e argumentação oral e escrita.
  • Exercitar a empatia, colocando-se no lugar dos personagens e compreendendo suas emoções e dilemas.
  • Relacionar os temas do livro com a realidade atual e com suas próprias vivências.
  • Produzir textos e outras manifestações artísticas inspiradas pela leitura e pelas discussões.

4. Conteúdos e Temas Abordados:

  • Literatura contemporânea e de temática social.
  • A Guerra da Síria: contexto histórico, social e político.
  • Crise dos refugiados e direitos humanos.
  • Transtorno do Espectro Autista (TEA): características, desafios e potencialidades.
  • Representação da neurodiversidade na literatura e na mídia.
  • Narrativa em primeira pessoa e construção de personagem.
  • Linguagem literária, simbolismo (cores, arte) e figuras de linguagem.
  • Impactos psicológicos da guerra e do trauma.
  • Relações familiares, perda e luto.
  • Resiliência, esperança e a condição humana em situações-limite.
  • Intertextualidade (se aplicável, com outras obras ou informações sobre o tema).

5. Metodologia (Etapas do Projeto):

O projeto será desenvolvido em etapas, combinando leitura individual e compartilhada, discussões em grupo, pesquisas, atividades de produção textual e criativa, e possivelmente o uso de recursos audiovisuais.

  • Etapa 1: Sensibilização e Contextualização (Pré-leitura)
    • Apresentação do projeto e do livro (capa, título, autora, breve sinopse sem spoilers).
    • Discussão inicial sobre o que os alunos sabem sobre a Síria, guerras e sobre o Transtorno do Espectro Autista.
    • Exibição de vídeos curtos ou reportagens que contextualizem a Guerra da Síria de forma adequada à faixa etária.
    • Introdução breve e sensível ao TEA, desmistificando preconceitos.
    • Levantamento de expectativas para a leitura.
  • Etapa 2: A Leitura em Processo (Durante a leitura)
    • Leitura individual do livro, dividida por partes ou capítulos, conforme cronograma.
    • Rodas de conversa após a leitura de cada trecho para compartilhar impressões, dúvidas e interpretações.
    • Mediação do professor para destacar pontos importantes, esclarecer dúvidas e aprofundar discussões sobre temas sensíveis.
    • Proposição de questões norteadoras para a leitura e reflexão individual (diário de leitura opcional).
    • Pesquisa orientada sobre temas específicos que surgirem durante a leitura (ex: a cidade de Alepo antes da guerra, aspectos culturais sírios, informações adicionais sobre o TEA de fontes confiáveis).
  • Etapa 3: Aprofundamento e Análise (Pós-leitura)
    • Debate geral sobre o livro: impressões finais, personagens marcantes, desfecho.
    • Análise aprofundada dos temas centrais: guerra, exílio, família, arte, a perspectiva de Adam.
    • Discussão crítica sobre a representação da Síndrome de Asperger/TEA no livro, comparando com as informações pesquisadas e com a crítica mencionada anteriormente (se o professor julgar pertinente e tiver preparado os alunos para essa análise).
    • Análise de trechos selecionados, focando em aspectos da linguagem e da construção narrativa.
    • Conexão com outras obras literárias, filmes ou músicas que abordem temas semelhantes.
  • Etapa 4: Expressão e Criação (Culminância)
    • Proposição de atividades criativas e de produção textual, como:
      • Produção de resenhas críticas do livro.
      • Criação de poemas, contos ou crônicas inspirados na história ou nos personagens.
      • Produção de desenhos, pinturas ou outras manifestações artísticas que expressem as emoções e reflexões suscitadas pela leitura (inspirando-se na forma de expressão de Adam).
      • Criação de um final alternativo ou de um capítulo extra para a história.
      • Elaboração de cartas para os personagens.
      • Organização de um debate regrado sobre um dos temas polêmicos do livro.
      • Criação de um podcast ou vídeo curto com discussões sobre o livro.
    • Exposição dos trabalhos produzidos pelos alunos.

6. Cronograma Sugerido:

(A ser adaptado pela escola e pelo professor, considerando a carga horária disponível. Exemplo para um projeto de 4 a 6 semanas):

  • Semana 1: Etapa 1 (Sensibilização e Contextualização).
  • Semanas 2 e 3 (ou 2, 3 e 4): Etapa 2 (Leitura em Processo – com encontros semanais para discussão).
  • Semana 4 (ou 5): Etapa 3 (Aprofundamento e Análise).
  • Semana 5 (ou 6): Etapa 4 (Expressão e Criação) e Avaliação do Projeto.

7. Recursos Necessários:

  • Exemplares do livro “O Menino de Alepo” para todos os alunos (ou acesso digital).
  • Material para pesquisa (acesso à internet, biblioteca).
  • Recursos audiovisuais (projetor, som) para exibição de vídeos e apresentações.
  • Materiais para as atividades criativas (papel, canetas, lápis de cor, tintas, etc., conforme as propostas).
  • Espaço para discussões em grupo e exposição dos trabalhos.

8. Avaliação:

A avaliação será processual e contínua, considerando:

  • Participação dos alunos nas discussões e atividades propostas.
  • Qualidade das reflexões e argumentos apresentados oralmente e por escrito.
  • Empenho na leitura individual e nos trabalhos em grupo.
  • Criatividade e originalidade nas produções textuais e artísticas.
  • Capacidade de relacionar o livro com os temas estudados e com a realidade.
  • Autoavaliação dos alunos sobre seu processo de aprendizagem e envolvimento no projeto.
  • (Opcional) Elaboração de um portfólio com os registros e produções do aluno ao longo do projeto.

9. Referências e Materiais de Apoio:

  • SUKKAR, Sumia. O Menino de Alepo. Tradução de Fábio Bonillo. Rio de Janeiro: Globo Livros, 2017.
  • Materiais informativos sobre a Guerra da Síria (documentários, reportagens de fontes confiáveis).
  • Materiais informativos sobre o Transtorno do Espectro Autista (sites de associações, artigos, vídeos explicativos).
  • Outras obras literárias ou cinematográficas que possam enriquecer as discussões (a serem selecionadas pelo professor).
  • Informações sobre a autora Sumia Sukkar e o contexto de produção da obra (utilizar o arquivo livro_o_menino_de_alepo_info.md como base)

Atividades e Dinâmicas para o Projeto de Leitura: “O Menino de Alepo”

Este conjunto de atividades foi elaborado para complementar o “Roteiro do Projeto de Leitura: Vozes de Alepo” e deve ser adaptado pelo professor conforme as características e necessidades de cada turma do Ensino Médio.

Etapa 1: Sensibilização e Contextualização (Pré-leitura)

Objetivo: Despertar o interesse dos alunos para a leitura, contextualizar a obra e introduzir os temas centrais de forma sensível.

Atividade 1: Tempestade de Ideias e Mapa Mental – “O que sabemos?”

  • Descrição: O professor inicia uma discussão com as perguntas: “O que vocês sabem sobre a Síria? E sobre a cidade de Alepo? Já ouviram falar sobre a guerra na Síria? O que sabem sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA) ou Síndrome de Asperger?”. As respostas são anotadas no quadro, formando uma tempestade de ideias. Em seguida, o professor pode organizar essas ideias em um mapa mental simples, conectando os conceitos.
  • Recursos: Quadro, pincel/giz, post-its (opcional).
  • Duração: 30-40 minutos.
  • Observação: O objetivo não é esgotar o conhecimento, mas sim ativar os conhecimentos prévios dos alunos e identificar lacunas que serão preenchidas ao longo do projeto.

Atividade 2: Janelas para o Mundo – Contextualizando a Guerra da Síria

  • Descrição: Exibição de um vídeo curto e informativo (previamente selecionado pelo professor) sobre o início da Guerra da Síria e seus impactos humanitários. O vídeo deve ser adequado à faixa etária, evitando imagens excessivamente chocantes, mas transmitindo a gravidade da situação. Após o vídeo, abrir para uma breve discussão sobre as impressões dos alunos.
  • Sugestões de foco para o vídeo: A vida cotidiana antes da guerra, o estopim do conflito, a crise dos refugiados (números, destinos), o impacto nas crianças e jovens.
  • Recursos: Projetor, sistema de som, vídeo selecionado (ex: reportagens curtas de fontes confiáveis, animações explicativas).
  • Duração: 20-30 minutos (vídeo + discussão inicial).

Atividade 3: Desvendando a Capa e o Título

  • Descrição: Apresentar a capa do livro “O Menino de Alepo” e o título. Pedir aos alunos que observem os elementos da capa (cores, imagens, tipografia) e o título, e levantem hipóteses sobre a história: Quem será o menino? O que significa “pintar a guerra” (se este for o título da edição original)? O que a imagem da capa transmite?
  • Recursos: Imagem da capa do livro projetada ou exemplares físicos.
  • Duração: 15-20 minutos.

Atividade 4: Introdução Sensível ao TEA – “Um Olhar Singular”

  • Descrição: O professor introduz brevemente o Transtorno do Espectro Autista (TEA), focando na ideia de que é uma forma diferente de perceber o mundo e interagir, e não uma doença. Pode-se usar um vídeo curto com depoimentos de pessoas no espectro ou animações que expliquem de forma simples algumas características (foco em interesses específicos, sensibilidades sensoriais, formas de comunicação). O objetivo é desmistificar e combater preconceitos desde o início.
  • Recursos: Vídeo curto e informativo sobre TEA, materiais de apoio (pequenos textos, infográficos).
  • Duração: 20-30 minutos.

Etapa 2: A Leitura em Processo (Durante a leitura)

Objetivo: Acompanhar a leitura individual, promover a troca de impressões e aprofundar a compreensão da obra.

Atividade 5: Diário de Leitura Compartilhado (Digital ou Físico)

  • Descrição: Os alunos são incentivados a manter um diário de leitura (pode ser um caderno ou um documento digital compartilhado, como Google Docs ou Padlet) onde registram suas impressões, dúvidas, trechos favoritos, sentimentos e reflexões a cada parte lida. O professor pode propor questões norteadoras para cada seção do livro.
  • Exemplos de questões: “Como Adam descreve o mundo ao seu redor?”, “Qual personagem mais te marcou neste trecho e por quê?”, “Que sentimentos a leitura deste capítulo despertou em você?”, “Como a guerra está afetando a vida da família de Adam?”
  • Recursos: Cadernos, canetas, acesso a plataformas digitais (opcional).
  • Duração: Contínuo, ao longo da leitura do livro.

Atividade 6: Rodas de Conversa Literária

  • Descrição: Semanalmente ou após a leitura de blocos de capítulos definidos, realizar rodas de conversa. Os alunos compartilham o que registraram em seus diários, debatem interpretações, esclarecem dúvidas e discutem os acontecimentos e temas do livro. O professor atua como mediador, incentivando a participação de todos e aprofundando as discussões.
  • Recursos: Espaço que permita a formação de um círculo.
  • Duração: 40-50 minutos por encontro.

Atividade 7: Mapa dos Personagens e Relações

  • Descrição: À medida que os personagens são introduzidos, os alunos, em pequenos grupos, podem criar um mapa visual (cartaz, lousa digital) que represente os personagens principais, suas características e as relações entre eles. Este mapa pode ser atualizado ao longo da leitura.
  • Recursos: Cartolinas, canetas coloridas, lousa digital (opcional).
  • Duração: Atividade contínua, com momentos de atualização em grupo.

Atividade 8: As Cores de Adam – Explorando a Sinestesia e a Arte

  • Descrição: O protagonista Adam associa cores a emoções e pessoas. Pedir aos alunos que, durante a leitura, identifiquem essas associações. Em um momento específico, propor que eles também tentem associar cores a sentimentos ou a personagens do livro, explicando suas escolhas. Pode-se, inclusive, propor uma pequena atividade de pintura ou desenho abstrato baseada nessas associações.
  • Recursos: Trechos do livro, papel, tintas, lápis de cor.
  • Duração: 30-40 minutos para a discussão e mais tempo se houver atividade plástica.

Atividade 9: Pesquisadores em Ação – Aprofundando Contextos

  • Descrição: Dividir a turma em grupos e sortear temas para pesquisa rápida que complementem a leitura: a história de Alepo antes da guerra, a culinária síria, a música tradicional síria, artistas sírios contemporâneos, organizações de ajuda humanitária que atuam na Síria, informações mais detalhadas sobre o TEA (de fontes confiáveis como associações e especialistas). Cada grupo apresenta brevemente suas descobertas para a turma.
  • Recursos: Acesso à internet, biblioteca, material para apresentação.
  • Duração: 1-2 aulas (pesquisa e apresentação).

Etapa 3: Aprofundamento e Análise (Pós-leitura)

Objetivo: Consolidar a compreensão da obra, analisar criticamente seus temas e promover conexões com outras linguagens e realidades.

Atividade 10: Debate Temático – “O que o livro nos faz pensar?”

  • Descrição: Organizar um debate regrado sobre um ou mais temas centrais do livro. Sugestões de temas: “A representação do TEA em ‘O Menino de Alepo’: fidelidade ou estereótipo?”, “Guerra e Infância: os impactos invisíveis”, “O papel da arte em tempos de crise”, “Refugiados: responsabilidade de quem?”. Os alunos podem se preparar pesquisando argumentos e dados.
  • Recursos: Sala organizada para debate, regras claras de participação.
  • Duração: 1-2 aulas.

Atividade 11: Análise Crítica da Representação do TEA

  • Descrição: Retomar a discussão sobre a representação de Adam e da Síndrome de Asperger/TEA. O professor pode trazer a crítica mencionada na pesquisa inicial (do usuário da Amazon) como ponto de partida (de forma anônima, focando nos argumentos). Incentivar os alunos a compararem a representação do livro com as informações que pesquisaram sobre o TEA e com outros personagens autistas da literatura ou do cinema (se conhecerem). O objetivo é formar leitores críticos, capazes de analisar como grupos minorizados são representados.
  • Recursos: Informações sobre TEA, trechos da crítica (se aplicável).
  • Duração: 40-50 minutos.

Atividade 12: Cine-Debate – Diálogos com o Audiovisual

  • Descrição: Exibir um filme ou documentário que dialogue com os temas do livro (ex: “For Sama”, “Capacetes Brancos”, “Temple Grandin” – este último sobre uma mulher com autismo). Após a exibição, promover um debate comparando as linguagens e as abordagens dos temas.
  • Recursos: Filme/documentário selecionado, projetor, sistema de som.
  • Duração: Variável (tempo do filme + 1 aula para debate).

Atividade 13: Conexões Literárias – “Outras Vozes, Outras Histórias”

  • Descrição: O professor pode apresentar outros livros (poemas, contos, romances) que abordem temas como guerra, exílio, infância em contextos difíceis, ou que tenham protagonistas com características singulares. Os alunos podem ler trechos e discutir as semelhanças e diferenças com “O Menino de Alepo”.
  • Recursos: Seleção de textos literários.
  • Duração: 1 aula.

Etapa 4: Expressão e Criação (Culminância)

Objetivo: Proporcionar aos alunos oportunidades de expressarem suas aprendizagens, sentimentos e reflexões de forma criativa e autoral.

Atividade 14: Sarau Multicultural – “Vozes da Esperança e da Memória”

  • Descrição: Organizar um sarau onde os alunos possam apresentar suas produções criativas inspiradas pelo livro: leitura de poemas e textos autorais, apresentação de músicas, exposição de desenhos e pinturas, pequenas encenações. O sarau pode incluir elementos da cultura síria pesquisados pelos alunos (música, poesia, culinária simples).
  • Recursos: Espaço para o sarau, sistema de som, materiais para exposição.
  • Duração: 1-2 horas (evento de culminância).

Atividade 15: Produção de Resenhas Críticas ou Recomendações Literárias

  • Descrição: Os alunos escrevem resenhas críticas do livro, argumentando sobre seus pontos positivos e negativos, ou produzem recomendações literárias em formato de texto, áudio (podcast) ou vídeo para outros jovens.
  • Recursos: Roteiro para produção de resenha, ferramentas de gravação de áudio/vídeo (opcional).
  • Duração: 1-2 aulas para produção.

Atividade 16: “Se Eu Fosse Adam…” – Cartas ou Diários Criativos

  • Descrição: Propor que os alunos escrevam cartas para Adam (ou outros personagens) ou criem páginas de um diário como se fossem um dos personagens, expressando seus sentimentos e pensamentos em um momento específico da narrativa ou após o final da história.
  • Recursos: Papel, canetas.
  • Duração: 1 aula.

Atividade 17: Campanha de Conscientização (Interdisciplinar)

  • Descrição: Em parceria com outras disciplinas (Artes, Sociologia, História), os alunos podem criar uma pequena campanha de conscientização sobre a situação dos refugiados ou sobre a importância da inclusão de pessoas com TEA, utilizando cartazes, posts para redes sociais (fictícias, para o ambiente escolar), ou pequenas apresentações para outras turmas.
  • Recursos: Materiais para produção de cartazes, acesso a computadores para design (opcional).
  • Duração: Projeto de médio prazo, envolvendo algumas aulas.

Observação Final:

É fundamental que o professor selecione e adapte as atividades de acordo com o tempo disponível, os recursos da escola e o perfil da turma. A mediação sensível e o incentivo à participação ativa dos alunos são chave para o sucesso do projeto.

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PROJETO DE LEITURA – ENSINO MÉDIO https://portuguesando.com.br/projeto-de-leitura-ensino-medio/ https://portuguesando.com.br/projeto-de-leitura-ensino-medio/#respond Fri, 16 May 2025 10:30:00 +0000 https://portuguesando.com.br/?p=783 Professora: Simone Malta 

Projeto de Leitura: “Uma Travessia Perigosa” – Jane Mitchell

Público-alvo: Estudantes do Ensino Médio

 Duração sugerida: 4 a 6 semanas

Gênero literário: Romance realista contemporâneo

Tema central: A jornada de uma família refugiada síria em busca de segurança na Europa.


OBJETIVOS DO PROJETO

  • Compreender o fenômeno dos refugiados e as causas dos deslocamentos forçados no mundo atual;
  • Desenvolver a empatia e o pensamento crítico diante de realidades de exclusão e sofrimento humano;
  • Estimular a interpretação literária e a produção textual a partir de uma obra atual e relevante;
  • Relacionar o conteúdo literário com temas das ciências humanas (guerras, migrações, preconceito, cidadania global).

ESTRUTURA DO PROJETO

1. Apresentação do Projeto e da Obra

  • Roda de conversa sobre o que os alunos sabem sobre refugiados;
  • Mapa-múndi para localizar Síria, Europa, África e rotas migratórias atuais;
  • Exibição de uma reportagem curta ou documentário sobre refugiados (ex.: ONU Brasil, Médicos Sem Fronteiras);
  • Entrega dos livros e orientação de leitura (em capítulos semanais ou leitura integral livre, conforme o tempo disponível).

2. Roteiro de Leitura (com ou sem fichas)

  • Leitura dividida em blocos semanais com questões orientadoras:
    • Personagens principais: quem são? o que sentem? o que enfrentam?
    • Contexto político-social: o que está acontecendo na Síria?
    • Desafios da travessia: quais são os perigos?
    • Preconceito e acolhimento: como são tratados nos diferentes lugares?
    • Transformações dos personagens: o que aprendem e como mudam?

3. Atividades de Interpretação e Produção Textual

A cada etapa ou ao final do livro:

Interpretação e reflexão:

  • Fichas com perguntas objetivas e abertas sobre o enredo e o contexto;
  • Diários de leitura: registros semanais sobre o que mais marcou.

Produção de texto:

  • Cartas fictícias: escreva uma carta da protagonista para um amigo que ficou na Síria;
  • Artigo de opinião: “A responsabilidade dos países no acolhimento dos refugiados”;
  • Relato pessoal: “Como me senti ao acompanhar essa história”;
  • Texto narrativo alternativo: reescreva o final da história com outra decisão dos personagens.

Trabalho Interdisciplinar (opcional)

História/Geografia:

  • Levantamento de conflitos contemporâneos que geram refugiados (Síria, Afeganistão, Sudão, Ucrânia…);
  • Análise de mapas migratórios e dados da ACNUR/ONU.

Sociologia:

  • Debate sobre preconceito, xenofobia e direitos humanos;
  • Exibição de vídeos sobre a vida em campos de refugiados.

Arte:

  • Cartazes, murais ou podcasts sobre a realidade dos refugiados;
  • Produção de um livro ilustrado com os principais momentos da narrativa.

CRONOGRAMA SUGERIDO

SemanaAtividade
1Apresentação do tema e da obra; início da leitura
2Leitura orientada + diário de leitura 1
3Leitura orientada + atividades de compreensão
4Debate + produção textual (carta, artigo ou relato)
5Atividade interdisciplinar (geografia/história)
6Socialização dos trabalhos + avaliação

AVALIAÇÃO

  • Participação nas rodas de conversa e debates;
  • Qualidade das interpretações nos diários ou fichas;
  • Coerência, argumentação e sensibilidade nas produções textuais;
  • Envolvimento nas propostas interdisciplinares.

SUGESTÕES DE MATERIAL DE APOIO

  • ACNUR (Agência da ONU para Refugiados): https://www.acnur.org
  • ONU Brasil – Direitos Humanos: vídeos e reportagens no YouTube
  • Filme sugestão: O Caminho dos Sonhos (Netflix) – sobre refugiados sírios
  • Mapa de conflitos e migrações: disponível em sites como [World Atlas] ou [BBC Brasil]

Divisão Sugerida para a Leitura Guiada

 Semana 1 – Introdução e Capítulos 1 a 4

Conteúdo: Apresentação do protagonista e sua vida na Síria antes da fuga.

Objetivos:

  • Compreender o contexto inicial da guerra na Síria;
  • Refletir sobre a vida cotidiana em zonas de conflito;
  • Identificar sentimentos dos personagens diante das ameaças.

Questões para discussão:

  1. Quem é Ghalib? Qual é a situação da sua família?
  2. Como a guerra afetou a vida cotidiana da comunidade de Ghalib?
  3. O que motivou a decisão de fugir?

Comentário para o professor: Estimule os alunos a relacionarem a ficção com reportagens reais sobre a Síria. Use mapas para localizar o país.


Semana 2 – Capítulos 5 a 9

Conteúdo: Preparação para a fuga e primeiros passos da travessia.

Objetivos:

  • Analisar os riscos da travessia;
  • Trabalhar o tema do medo e da coragem;
  • Identificar estratégias da narrativa para envolver o leitor.

Questões para discussão:

  1. Como a família se prepara para fugir?
  2. Quais obstáculos enfrentam nos primeiros trechos da viagem?
  3. Que sentimentos Ghalib demonstra nesse momento?

Dica para o professor: Explorar os pontos de vista da família e os perigos reais que cercam os refugiados (traficantes, fronteiras, polícia).

Semana 3 – Capítulos 10 a 14

Conteúdo: Travessia marítima e chegada à Europa.

Objetivos:

  • Discutir as condições desumanas das viagens marítimas;
  • Refletir sobre o acolhimento (ou a rejeição) dos refugiados;
  • Relacionar a narrativa com as notícias atuais.

Questões para discussão:

  1. Como foi a travessia de barco?
  2. O que a experiência de Ghalib revela sobre os direitos humanos?
  3. Como os refugiados foram recebidos na Europa?

Comentário para o professor: Este trecho é forte e emocional. Trabalhe a empatia com os alunos sem perder a análise crítica do papel das nações europeias.


Semana 4 – Capítulos 15 ao final

Conteúdo: A adaptação em um novo país e os desafios da integração.

Objetivos:

  • Compreender os obstáculos enfrentados pelos refugiados mesmo após a chegada;
  • Analisar os efeitos psicológicos da migração forçada;
  • Discutir o conceito de pertencimento e identidade.

Questões para discussão:

  1. Ghalib sente-se acolhido? Por quê?
  2. Que tipo de preconceito os refugiados enfrentam?
  3. O que representa a palavra “lar” no final da história?

Sugestão de Atividade Final: Produção de um artigo de opinião ou diário fictício do personagem, refletindo sobre o que significa “começar de novo”.

PARA O PROFESSOR

Respostas sugeridas – Roteiro de Leitura


🔹 Semana 1 – Capítulos 1 a 4

1. Quem é Ghalib? Qual é a situação da sua família?

Ghalib é um adolescente sírio que vive em um vilarejo com seus pais e irmãos. Sua família enfrenta o medo constante da guerra civil, bombardeios e da repressão política.

2. Como a guerra afetou a vida cotidiana da comunidade de Ghalib?

A guerra destruiu escolas, hospitais e causou escassez de alimentos. A vida cotidiana foi marcada por medo, luto e insegurança.

3. O que motivou a decisão de fugir?

O aumento da violência, a destruição do lar e a morte de conhecidos motivaram a família a procurar segurança em outro país.


🔹 Semana 2 – Capítulos 5 a 9

1. Como a família se prepara para fugir?

Vendem o que podem, se despedem discretamente de vizinhos e entram em contato com traficantes para conseguir uma rota de fuga.

2. Quais obstáculos enfrentam nos primeiros trechos da viagem?

Extorsão de contrabandistas, vigilância nas fronteiras, pouca comida, medo constante de serem pegos ou mortos.

3. Que sentimentos Ghalib demonstra nesse momento?

Ghalib sente medo, insegurança, mas também esperança e responsabilidade com sua família.


🔹 Semana 3 – Capítulos 10 a 14

1. Como foi a travessia de barco?

Muito perigosa: embarcação lotada, risco de naufrágio, frio, fome e desespero. Muitos passageiros ficaram doentes ou em pânico.

2. O que a experiência de Ghalib revela sobre os direitos humanos?

Mostra a violação de direitos básicos como segurança, moradia, alimentação e dignidade, além da falta de acolhimento dos países ricos.

3. Como os refugiados foram recebidos na Europa?

Com desconfiança e rejeição em alguns locais, mas também com acolhimento solidário em outros. A recepção foi desigual.


🔹 Semana 4 – Capítulos 15 ao final

1. Ghalib sente-se acolhido? Por quê?

Inicialmente não, por causa do preconceito e da dificuldade com a língua. Aos poucos, começa a se adaptar com a ajuda de algumas pessoas solidárias.

2. Que tipo de preconceito os refugiados enfrentam?

Xenofobia, racismo, desconfiança e hostilidade. Muitos os associam ao terrorismo ou a “roubo de empregos”.

3. O que representa a palavra “lar” no final da história?

“Lar” passa a significar não apenas um lugar físico, mas onde há segurança, dignidade, afeto e esperança. Para Ghalib, o lar se reconstrói com esforço e acolhimento.

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Verbo haver: singular ou plural? Esclareça de vez essa dúvida https://portuguesando.com.br/verbo-haver-singular-ou-plural-esclareca-de-vez-essa-duvida/ https://portuguesando.com.br/verbo-haver-singular-ou-plural-esclareca-de-vez-essa-duvida/#respond Thu, 15 May 2025 10:30:00 +0000 https://portuguesando.com.br/?p=778 O uso do verbo haver gera dúvidas até mesmo entre os falantes mais experientes da língua portuguesa. Afinal, devemos usar esse verbo no singular ou no plural? A resposta depende do contexto — e é isso que vamos esclarecer neste artigo.


Quando o verbo “haver” é impessoal

O verbo haver é impessoal quando tem o sentido de existir, acontecer ou ocorrer. Nesse caso, não vai para o plural, mesmo que se refira a mais de uma coisa.

Exemplos corretos:

  • Houve muitos acidentes na estrada. (e não houveram)
  • Há pessoas esperando lá fora. (e não hão)
  • Havia muitas dúvidas naquela época.

Dica: quando “haver” = “existir”, ele não tem sujeito e, por isso, fica no singular.


Quando o verbo “haver” é pessoal

O verbo haver é pessoal quando tem o sentido de ter, possuir (em relação a tempo ou obrigação), ou é utilizado em locuções verbais com verbos auxiliares.

Exemplos:

  • Eles haviam estudado antes da prova. (verbo auxiliar + particípio)
  • Havíamos combinado de nos encontrar às oito.

Nesse caso, o verbo se flexiona normalmente, de acordo com o sujeito da oração.


Erros comuns com o verbo “haver”

🚫 Houveram muitos protestos na cidade. ❌
✅ Correto: Houve muitos protestos na cidade.

🚫 Hão muitas maneiras de resolver o problema. ❌
✅ Correto: Há muitas maneiras de resolver o problema.


Atividades

1. Complete as frases abaixo com a forma correta do verbo haver:

a) _______ pessoas interessadas na vaga.
b) _______ muitos comentários sobre o assunto.
c) Nós já _______ falado sobre isso antes.
d) Eles _______ prometido comparecer.
e) _______ uma reunião importante ontem.

2. Julgue as afirmativas como verdadeiras (V) ou falsas (F):

( ) O verbo “haver”, com sentido de existir, deve ser flexionado no plural.
( ) “Haverá novidades em breve” está gramaticalmente correto.
( ) Em “Eles haviam estudado”, o verbo está no sentido auxiliar e deve ser flexionado.
( ) “Houveram problemas na empresa” é uma construção correta.


Gabarito comentado

1.

a) pessoas interessadas na vaga.
b) Houve muitos comentários sobre o assunto.
c) Nós já havíamos falado sobre isso antes.
d) Eles haviam prometido comparecer.
e) Houve uma reunião importante ontem.

2.

(F) O verbo “haver” com sentido de existir deve ficar no singular.
(V) “Haverá novidades em breve” está correto.
(V) “Eles haviam estudado” é correto pois o verbo “haver” está como auxiliar.
(F) “Houveram problemas” está incorreto; o correto é “Houve problemas”.


Conclusão

O verbo haver exige atenção especial por seu uso impessoal em muitos contextos. Saber quando mantê-lo no singular ou flexioná-lo no plural pode evitar erros gramaticais comuns. Ao dominá-lo, você melhora não só sua escrita, mas também sua compreensão das estruturas formais da língua portuguesa.

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Influência das línguas indígenas no vocabulário brasileiro https://portuguesando.com.br/influencia-das-linguas-indigenas-no-vocabulario-brasileiro/ https://portuguesando.com.br/influencia-das-linguas-indigenas-no-vocabulario-brasileiro/#respond Wed, 14 May 2025 10:30:00 +0000 https://portuguesando.com.br/?p=776 O português falado no Brasil é um verdadeiro mosaico linguístico. Entre as influências que moldaram o nosso vocabulário, destaca-se a contribuição das línguas indígenas, especialmente do tupi-guarani. Essas línguas deixaram marcas profundas na forma como nomeamos nossa fauna, flora, alimentos, locais e até fenômenos naturais.


Um pouco de história

Quando os portugueses chegaram ao Brasil em 1500, encontraram um território habitado por milhares de povos indígenas, com línguas e culturas diversas. Para facilitar a comunicação, os colonizadores passaram a aprender o tupi, uma das línguas mais faladas entre os nativos.

Com o tempo, muitas palavras indígenas foram incorporadas ao português do Brasil, formando um vocabulário que refletia a realidade local, com nomes de animais, plantas e elementos da natureza que os europeus não conheciam.


Palavras de origem indígena no cotidiano

Veja alguns exemplos de palavras de origem indígena que usamos até hoje:

  • Abacaxi – do tupi ibá cati (“fruta cheirosa”)
  • Pipoca – do tupi pipo’ka
  • Tatu – do tupi tatú
  • Capivara – do tupi kapii’gwara
  • Jacaré – do tupi îakaré
  • Tapioca – do tupi typy’óka
  • Itaim, Ipanema, Pindamonhangaba – nomes de lugares com raízes indígenas

Esses vocábulos não só enriqueceram a língua portuguesa no Brasil, mas também revelam muito sobre o nosso ambiente natural e cultural.


Curiosidades linguísticas

  • Muitas palavras indígenas possuem valor descritivo: Paraíba significa “rio ruim para navegação”; Ipanema, “água ruim”.
  • Os nomes de lugares terminados em -açu (grande), -mirim (pequeno), -guaçu (muito grande), vêm diretamente do tupi.

Atividades

1. Associe as palavras de origem indígena ao seu significado:

( ) Abacaxi ( ) Capivara ( ) Jacaré ( ) Pipoca ( ) Tapioca

a. Animal roedor que vive próximo a rios
b. Fruta tropical de casca espinhosa
c. Alimento feito da fécula da mandioca
d. Animal reptiliano típico de rios
e. Grão de milho estourado

2. Complete as frases com palavras de origem indígena:

a) No café da manhã, comi ________ com coco ralado.
b) No zoológico, vi uma ________ tomando banho no lago.
c) Na festa, servi suco e ________ doce.


Gabarito comentado

1.

  • Abacaxi – b. Fruta tropical de casca espinhosa
  • Capivara – a. Animal roedor que vive próximo a rios
  • Jacaré – d. Animal reptiliano típico de rios
  • Pipoca – e. Grão de milho estourado
  • Tapioca – c. Alimento feito da fécula da mandioca

2.

  • a) No café da manhã, comi tapioca com coco ralado.
  • b) No zoológico, vi uma capivara tomando banho no lago.
  • c) Na festa, servi suco e pipoca doce.

Conclusão

A influência das línguas indígenas no português brasileiro vai além de palavras exóticas: é uma ponte com a nossa história, nossa terra e nossos povos originários. Conhecer essa herança é também uma forma de valorizá-la e preservar a riqueza cultural que molda a identidade do Brasil.

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Coesão e coerência: como tornar seu texto mais claro e eficiente https://portuguesando.com.br/coesao-e-coerencia-como-tornar-seu-texto-mais-claro-e-eficiente/ https://portuguesando.com.br/coesao-e-coerencia-como-tornar-seu-texto-mais-claro-e-eficiente/#respond Tue, 13 May 2025 10:34:00 +0000 https://portuguesando.com.br/?p=773

A escrita eficiente não depende apenas de boas ideias, mas da forma como essas ideias são organizadas. Dois elementos fundamentais para a qualidade de um texto são coesão e coerência. Quando essas duas características estão presentes, o leitor compreende facilmente o que se quer transmitir, sem ruídos ou ambiguidades.


O que é coerência?

Coerência refere-se à lógica e à clareza do conteúdo. Um texto coerente mantém o mesmo sentido do início ao fim, respeita o conhecimento do leitor e apresenta uma sequência lógica de informações.

🔎 Exemplo incoerente:

Fui ao supermercado comprar pão e flores, mas acabei comprando um carro novo.

🤔 O que há de estranho? A compra de um carro não tem relação com o início da frase. Isso quebra a coerência textual.

🔎 Exemplo coerente:

Fui ao supermercado comprar pão e flores, mas acabei comprando também frutas e legumes.


O que é coesão?

A coesão está relacionada ao uso de elementos linguísticos que conectam partes do texto, como conjunções, pronomes e advérbios, criando ligações entre frases e parágrafos.

🔎 Exemplo sem coesão:

O aluno foi mal na prova. O aluno não estudou.

🔗 Exemplo com coesão:

O aluno foi mal na prova porque não estudou.

Palavras como “porque”, “portanto”, “além disso” e “no entanto” são exemplos de conectores coesivos.


Dicas práticas para melhorar a coesão e coerência:

  1. Mantenha uma sequência lógica nas ideias.
  2. Use conectivos adequados entre frases e parágrafos.
  3. Evite repetições excessivas.
  4. Revise o texto pensando na clareza para o leitor.

Atividade: complete os trechos abaixo com conectivos apropriados e reescreva as frases para garantir a coerência

1. Estava muito cansado, _________ continuei trabalhando até tarde.
2. O ônibus atrasou. Cheguei tarde à aula. (Reescreva com coesão) 3. Gosto muito de estudar, porém _________. 4. O aluno estudou bastante. Ele foi mal na prova. (Reescreva de forma coerente)


Gabarito comentado

1. Estava muito cansado, mas continuei trabalhando até tarde. → Conector adversativo que mostra contraste.

2. Como o ônibus atrasou, cheguei tarde à aula. → A relação entre causa e consequência é destacada.

3. Gosto muito de estudar, porém às vezes me distraio facilmente. → O segundo membro da frase deve trazer uma ideia oposta ou contrastante.

4. O aluno estudou bastante, mas foi mal na prova porque estava nervoso. → Explica o motivo, trazendo mais coerência ao texto.


Conclusão

A coesão e a coerência não são apenas aspectos técnicos da escrita — são ferramentas essenciais para tornar seu texto mais efetivo, fluido e compreensível. Praticar o uso de conectores, revisar as ideias e pensar no leitor são passos fundamentais para a produção de textos claros e bem estruturados.

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