Um dos tópicos mais temidos na gramática do português brasileiro é o uso dos porquês. São quatro formas — “por que”, “porque”, “por quê” e “porquê” — que, embora pareçam semelhantes, têm usos e significados diferentes. Neste artigo, vamos esclarecer de forma simples e prática como usar cada um deles, com exemplos e atividades com gabarito comentado.
1. Por que (separado e sem acento)
Usa-se quando a expressão equivale a “por qual razão” ou “pelo qual”.
Exemplos:
- Por que você saiu tão cedo? (por qual razão)
- Não sei o motivo por que ela chorou. (pelo qual)
2. Porque (junto e sem acento)
É uma conjunção causal ou explicativa. Equivale a “pois”, “uma vez que”, “já que”.
Exemplos:
- Saí porque estava cansado.
- Não fui à festa porque estava doente.
3. Por quê (separado e com acento)
Usa-se quando a expressão aparece no final da frase, ainda com o sentido de “por qual razão”.
Exemplos:
- Você saiu tão cedo, por quê?
- Eles desistiram, por quê?
4. Porquê (junto e com acento)
É um substantivo masculino e vem sempre acompanhado de um determinante (o, um, este, etc.). Significa “o motivo”, “a razão”.
Exemplos:
- Ninguém sabe o porquê da sua tristeza.
- Explicaram os porquês da mudança.
Atividade: complete as frases com o tipo de ‘porquê’ correto
- Não entendi ______ ele agiu assim.
- Ela não explicou o ______ da decisão.
- Você faltou à reunião, ______?
- Não fui ao cinema ______ estava chovendo.
- Esse é o motivo ______ estamos aqui hoje.
Gabarito comentado
- por que — substituível por “por qual razão”.
- porquê — substantivo, com artigo definido “o”.
- por quê — está no final da frase e deve ser acentuado.
- porque — conjunção causal (equivale a “pois”).
- por que — substituível por “pelo qual”.
Dominar o uso dos porquês não precisa ser um bicho de sete cabeças. Com prática e atenção, é possível escrever com mais clareza e confiança. Compartilhe com quem também tem dúvidas e pratique sempre!